Os resultados do estudo CULPRIT-SHOCK transformarão os guias e a prática clínica

Gentileza da SBHCI.

Após tratar a lesão culpada em pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio em choque cardiogênico, o fato de continuar revascularizando o resto das lesões piora os resultados. Esse achado do CULPRIT-SHOCK mudou tudo o que fazíamos com esse grupo de pacientes e com certeza modificará os guias.

Culprick-trial

Tratar a lesão culpada com a opção de revascularizar o resto das lesões em etapas diminui o desfecho combinado de morte e falha renal aguda 30 dias após a randomização (45,9% vs. 55,4%; RR 0,83; IC 95% 0,71 a 0,96).


Leia também: “Fentanil na angioplastia: qual é preço de um maior conforto no procedimento?”


Dita diferença foi conduzida basicamente pela redução da morte por qualquer causa (43,3% vs. 51,6%; RR 0,84; IC 95% 0,72 a 0,98) e não – como seria de se esperar – por uma diminuição da falha renal aguda (quesito no qual não houve diferenças significativas).

 

A mensagem parece clara: em pacientes tão complexos devemos tentar fazer o mais simples.

 

Atualmente, os guias europeus recomendam realizar angioplastia no resto dos vasos após o tratamento da lesão culpada. Este estudo, que foi publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine, vem para mudar tudo, inclusive os guias.


Leia também: É possível realizar MitraClip sem anestesia geral”.


O estudo CULPRIT-SHOCK foi realizado em 83 centros da Europa e incluiu 706 pacientes com doença de múltiplos vasos, infarto agudo do miocárdio (com ou sem supradesnivelamento do segmento ST) e choque cardiogênico. Os pacientes foram randomizados a tratar somente a artéria responsável pelo infarto com a possibilidade de tratar o resto em etapas vs. tratar tudo no procedimento índice.

 

17.7% dos pacientes randomizados a tratar somente a artéria culpada receberam angioplastia em etapas e 12,5% tiveram crossover e receberam angioplastia em todos os vasos. 9,4% do grupo revascularização completa teve crossover e recebeu angioplastia somente na artéria responsável.

 

A redução do desfecho primário foi similar quando se fez a análise dos pacientes por intenção de tratamento, por protocolo ou conforme tenham sido finalmente tratados.

 

Os demais desfechos como reinfarto, re-hospitalização por insuficiência cardíaca, sangramento ou AVC foram similares.

 

Gentileza da SBHCI.

 

Título original: PCI strategies in patients with acute myocardial infarction and cardiogenic shock.

Apresentador: Thiele H.

 

Descargar (PDF, Unknown)


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

*

Top