ACC 2020 | Antídoto para sangramentos com risco de vida sob os novos anticoagulantes

Em pacientes hospitalizados por um sangramento com risco de vida ou por um sangramento fora de controle sob tratamento com um inibidor direto do fator Xa, reverter o efeito do anticoagulante com andexanet alfa (Andexxa) se associou com uma baixa taxa de mortalidade. Estes resultados promissores têm múltiplas limitações, especialmente a dispersão no que se refere à definição da severidade do sangramento. 

Antídoto para sangrado con riesgo de vida.

Em um dos trabalhos nos quais se testou o novo antídoto recorreu-se ao propensity score, observando-se uma diminuição da mortalidade global em 30 dias em comparação com um concentrado de protrombina. No mesmo sentido, também se registrou uma redução do sangramento intracraniano e do sangramento gastrointestinal. 

No outro trabalho, a mortalidade intra-hospitalar também foi menor com o andexanet alfa em comparação com distintas estratégias para tentar reverter a anticoagulação (plasma fresco congelado, fatores de coagulação, etc.).

Ambos os estudos tinham sido originalmente aceitos para serem apresentados durante as sessões científicas do ACC 2020, o que finalmente foi feito de forma virtual devido à pandemia do coronavírus. 


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Antes de maio de 2018 – quando a FDA aprovou o andexanet alfa – não existia nenhum tratamento específico para reverter o efeito dos inibidores diretos do fator Xa, embora fossem utilizados diversos concentrados de protrombina de forma empírica. A análise foi feita em pacientes que estavam recebendo rivaroxabana e apixabana. 

Depois de utilizar o propensity score foram comparados 322 pacientes que receberam andexanet alfa e 88 pacientes que receberam um concentrado de protrombina. Um terço de todos eles apresentou sangramento intracraniano, um quarto apresentou sangramento gastrointestinal e o resto apresentou outros tipos de sangramento. 

O andexanet alfa se associou com uma menor mortalidade em 30 dias na população geral (14,6% vs. 34,09%; RR 0,43; IC 95%: 0,29-0,63), bem como no subgrupo com sangramento intracraniano (15,31% vs. 48.94%; RR 0.31; IC 95%: 0,20-0,48) e sangramento gastrointestinal (12,20% vs. 25,00%; RR 0,49; IC 95%: 0,21-1,16).


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Com várias limitações nestes resultados mas perante a falta de estudos randomizados “cabeça a cabeça” esta é a melhor evidência que existe no presente. 

Título original: 30-day mortality following andexanet alfa in ANNEXA-4 compared with prothrombin complex concentrate (PCC) therapy in the ORANGE study for life threatening non-vitamin K oral anticoagulant (NOAC) related bleeding.

Referência: Cohen A et al. ACC 2020 virtual.


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