Ablação septal, uma alternativa válida para a miocardiopatia hipertrófica obstrutiva

Título original: Survival of Patients ≤50 Years Alter Alcohol Septal Ablation for Hypertrofic Obstructive Cardiomyopathy. Referência: Josef Veselka, et al. Canadian Journal of Cardiology 2014,30:634-638

O tratamento da miocardiopatia hipertrófica obstrutiva (MCHO) sintomática é a miomectomia septal cirúrgica ainda que atualmente tenham surgido vários estudos que reportam um evolução favorável e comparável à cirurgia com a ablação septal (AS).

Incluíram-se 75 pacientes com menos de 50 anos com MCHO com 85 procedimentos de AS realizados. O desfecho primário foi a mortalidade por qualquer causa e o secundário foi a mortalidade por qualquer causa ou implante de cardiodesfibrilhador.

A idade média da população foi de 42±7 anos encontrando-se todos sintomáticos com um gradiente encontrando-se todos sintomáticos com um gradiente de 73±38 mmHg e uma espessura do septo basal de 23±6 mm.

Após o procedimento, 8% apresentou um bloqueio AV completo e 2.7% um bloqueio AV transitório com uma necessidade de marca-passo definitivo de 6.7%.

O acompanhamento foi realizado em todos os pacientes durante 5.1 anos observando-se uma melhoria significativa da classe funcional associada a uma queda do gradiente no trato de saída e uma diminuição da espessura do septo basal.

Quatro pacientes faleceram durante o acompanhamento (1 em 30 dias por morte súbita, 1 por acidente vascular cerebral, 1 por hemorragia gastrointestinal e 1 por cancro), apenas duas foram atribuídas à doença subjacente. 

A taxa de sobrevivência a 1, 3 e 5 anos foi de 97%, 94% y 94% respectivamente não sendo possível identificar marcadores de mortalidade na análise multivariada. O risco de morte ou a necessidade de cardiodesfibrilhador não se relacionou com o gradiente pós-ablação septal.

Conclusão: 

Este estudo em pacientes com miocardiopatia hipertrófica obstrutiva menores de 50 anos que receberam ablação septal sugere um risco de morte baixo por qualquer causa ou implante de cardiodesfibrilhador no acompanhamento a longo prazo.

Comentário editorial

A miomectomia continua a ser a melhor estratégia para os pacientes que podem ser operados, contudo, este estudo mostrou uma evolução favorável e comparável com a cirurgia em pessoas jovens, sendo a ablação septal um procedimento menos agressivo. Mais investigação sobre este assunto é necessária.

Cordialmente Dr Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro
Argentina

Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG

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