Prognosticadores de intolerância aos sistemas de oclusão proximal durante uma angioplastia carotídea

Título original: Predictors of Carotid Occlusion Intolerance During Proximal Protected Carotid Artery Stenting. Referência: Giuseppe Giugliano et al. J Am Coll Cardiol Intv 2014, Epub ahead of print.

Os dispositivos de oclusão proximal como proteção cerebral na angioplastia de carótidas têm demostrado ser particularmente seguros e eficazes. Entretanto, a oclusão pode expor o hemisfério ipsilateral à hipoperfusão, com os consequentes sintomas neurológicos transitórios.

Entre março de 2010 e 2012, foram incluídos 605 pacientes consecutivos, nos quais se realizou angioplastia das carótidas com sistema de oclusão proximal (Mo.Ma, Medtronic Inc., Santa Rosa, Califórnia) em um centro. Para identificar os prognosticadores, independente de intolerância à oclusão proximal, foi utilizado um modelo multivariado de regressão logística que incluiu todas as características clínicas, angiográficas e do procedimento.

No total, 184 pacientes (30,4%) desenvolveram sintomas transitórios atribuíveis à oclusão proximal. Comparados com aqueles que não apresentaram sintomas, os que apresentaram intolerância diferenciaram-se por uma pressão de oclusão mais baixa (42,3 ± 12,7 vs. 61,9 ± 15,4 mmHg; p< 0,001). O prognosticador independente mais potente de intolerância ao sistema de proteção proximal foi a pressão de oclusão, resultando o melhor ponto de corte ≤40 mmHg (sensibilidade  68,5%, especificidade 93,3%). O melhor prognosticador clínico de intolerância foi oclusão da carótida contralateral (OR 3,1, IC 95% 1,5 a 6,2). 

Conclusão

Os sintomas neurológicos transitórios podem ocorrer em até um terço dos pacientes nos quais se realiza angioplastia das carótidas com sistema de oclusão proximal. A oclusão da carótida contralateral e uma pressão de oclusão ≤ 40 mmHg são os melhores prognosticadores.

Comentário editorial

A intolerância à oclusão proximal não está associada a eventos de peri-procedimentos e os sintomas regridem completamente dentro de 20 minutos após restabelecer o fluxo proximal. A maioria das vezes, os sintomas se iniciam no final do procedimento (durante a pós-dilatação ou a aspiração), motivo pelo qual é possível finalizar a angioplastia com segurança. Somente 1% iniciou os sintomas imediatamente após a insuflação do balão proximal, nestes casos pode-se desinflar o balão e utilizar o sistema como cateter guia para realizar a angioplastia com filtro.

SOLACI

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