Título original: Factors associated with vascular complications in patients undergoing balloon-expandable transfemoral transcatheter aortic valve replacement via open versus percutaneous approaches. Referência: Kadakia MB et al. Circ Cardiovasc Interv. 2014; Epub ahead of print.
Este registro retrospectivo incluiu 331 pacientes que receberam TAVR por acesso transfemoral em um centro entre 2007 e 2013. Em 64% da população o acesso foi completamente percutâneo e no resto se utilizou una dissecação cirúrgica. A única válvula utilizada foi a Edwards (Sapien ou Sapien XT).
Os pacientes que receberam acesso cirúrgico apresentaram basalmente maior doença coronária, infarto prévio, insuficiência renal crónica, pior classe funcional e maior STS score (11.1 vs 9.1; p=0.007). Aqueles com acesso completamente percutâneo apresentaram uma permanência hospitalar mais curta (7.7 vs 9.9 dias; p=0.003) e uma menor taxa de complicações vasculares maiores a 30 dias (11% vs 20%: p=0.03).
A complicação vascular mais comum para ambos grupos foi a perfuração ou dissecação íliofemoral e não foram observadas diferenças na mortalidade intra-hospitalar.
Dadas as diferenças nas características basais utilizou-se o escore propensity ficando 112 pacientes em cada grupo. Logo desta análise desapareceu a diferença quanto a complicações vasculares (13% vs 15%; p=0.7) mas persistiu a vantagem do acesso completamente percutâneo quanto à permanência hospitalar (7.9 ± 5.5 dias vs 10.0 ± 10.1; p=0.04).
A análise multivariada mostrou como preditores de complicações vasculares o sexo feminino (OR 2.2; IC 95% 1.1 a 4.3) e a relação entre o tamanho do introdutor e o tamanho da artéria (para cada 1 mm de incremento entre o diâmetro do introdutor e o diâmetro da artéria; OR 1.4; IC 95% 1.1 a 1.8).
Conclusão
A substituição valvular aórtica transfemoral com fechamento completamente percutâneo do acesso foi associada com um risco similar de complicações vasculares e uma significativa menor permanência hospitalar que o fechamento cirúrgico do acesso. O grau de sobre-dimensionamento do introdutor comparado com o diâmetro da artéria e o sexo feminino foram associados a complicações vasculares mais além do tipo de fechamento.
Comentário editorial
A tendência natural com o avanço tecnológico seria a que o tamanho do introdutor necessário para TAVR seja cada vez menor o que diminuiria as complicações vasculares. De todas maneiras, em um paciente individual, o resultado dependerá de um planejamento cuidadoso do procedimento já que o sobre-dimensionamento do introdutor com relação à artéria é o preditor mais forte de complicações vasculares.
A menor permanência hospitalar com similar taxa de complicações vasculares fazem do fechamento percutâneo a técnica ideal, sem embargo, o custo do dispositivo de fechamento vs a economia na internação devem ser calculados para cada país em particular.
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