Esta afirmação se baseia nos exames oculares realizados no último congresso da SCAI (Society for Cardiovascular Angiography and Interventions), onde 47% dos operadores avaliados tinham lesões relacionadas à radiação em seus cristalinos. Com o tempo, ditas lesões poderiam se transformar em cataratas.
Estudos em astronautas e em sobreviventes do desastre de Chernobyl mostraram uma associação clara entre a radiação ionizante e o dano no cristalino, especificamente na parte posterior do mesmo, que parece apresentar maior radiossensibilidade.
No ano passado, durante o congresso da SCAI, realizou-se um exame ocular como parte do programa iC-CATARACT para avaliar a incidência de catarata subcapsular posterior nos participantes do congresso.
Foram avaliados 117 participantes: 99 tiveram exposição ocupacional à radiação ionizante e 18 foram escolhidos como controles (profissionais dedicados exclusivamente à pesquisa e não expostos à radiação).
Dentre os 99 participantes expostos à radiação, observou-se com a lâmpada de fenda que 47% apresentavam lesões relativamente menores, mas com risco futuro de se transformarem em catarata. Esses dados contrastam com os 17% de lesões encontradas no grupo dos controles.
A diferença persistiu após um ajuste multivariado que incluía idade, tabaquismo e diabetes.
Embora as lesões não impliquem em empecilho visual, elas têm o potencial de se transformar em catarata, motivo pelo qual é importante detectá-las como uma forma de incentivar as medidas de radioproteção na sala de cateterismo.
Este estudo realizado no congresso da SCAI não revela uma novidade já que durante o Congresso da Sociedade Latino-americana de Cardiologia Intervencionista (SOLACI) do ano 2011 foi realizada uma pesquisa no contexto do estudo RELID que chegou a conclusões similares.
A valiosa informação proporcionada pelo estudo RELID lhe valeu o prêmio “Editors award of JVIR as the Outstanding Clinical Research Paper for 2013”, que é um orgulho para a SOLACI e para médicos referentes em radioproteção da América Latina com o Dr. Ariel Durán.
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