A maioria das publicações, tanto as recentes como as históricas, associam a angioplastia carotídea com uma taxa mais alta de AVC (menores, mas AVC enfim), quando comparada com a endarterectomia carotídea no período agudo. No entanto, após os 30 dias a angioplastia e a cirurgia se equiparam.
Muitos avanços técnicos que incluíram novos desenhos de stents e diferentes mecanismos de proteção cerebral melhoraram os resultados da angioplastia, tanto em termos clínicos quanto no que se refere a novas imagens cerebrais na ressonância.
O presente trabalho, realizado em um único centro, avalia o novo stent carotídeo CGuard de nitinol recoberto com uma micromalha de PET de baixa porosidade (< 180 µm) para ajudar a prevenir as microembolias cerebrais por protrusão de placa. Este stent imita a tecnologia do MGuard desenhado para as artérias coronarianas e provado no estudo Master que foi publicado no CircCardiovascInterv de 2015.
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Foram incluídos 82 pacientes consecutivos que receberam angioplastia carotídea com o stent CGuard e foram avaliados tantos os desfechos clínicos quanto de imagens por ressonância.
19% dos pacientes se encontravam assintomáticos no momento do procedimento e tinham uma média de estenose de 81,4 ± 4,9%.
Nos pacientes sintomáticos o sucesso técnico foi de 100% e nos assintomáticos, de 98,5%, devido à ocorrência de uma trombose do stent 4 horas após o procedimento, que se associou a AVC menor. No pós-operatório imediato (30 dias) não houve eventos.
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Foram observadas novas lesões na ressonância por difusão em 23,8% dos pacientes, e o volume médio dessas lesões foi de 0,039 ± 0,025 cm³.
Conclusão
O sucesso técnico e clínico deste novo dispositivo tornam-no seguro e efetivo para tratar lesões carotídeas, seja qual for o arco aórtico.
Comentário editorial
A angioplastia carotídea é muitas vezes um procedimento demandante no que se refere ao aspecto técnico, o que faz com que seja inegável a existência de uma curva de aprendizagem.
Muitos dos primeiros estudos que relataram resultados subótimos para a angioplastia foram criticados pela escassa experiência dos operadores, e o trabalho do Dr. Brahmajee publicado no JAMA prova a associação entre experiência e mortalidade.
Este trabalho foi realizado em um único centro por um único operador com mais de 85 angioplastias anuais. Sem dúvida, os procedimentos foram realizados por mãos experientes, o que não quer dizer que o trabalho perca validez ou não seja passível de ser replicado.
Título original: Safety and Efficacy of the New Micromesh-Covered Stent CGuard in Patients Undergoing Carotid Artery Stenting: Early Experience From a Single Centre.
Referência: Renato Casana et al. Eur J Vasc Endovasc Surg (2017), article in press.
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