A reparação da valva mitral com Mitraclip é segura em pacientes de alto risco

Gentileza do dr. Carlos Fava.

A reparação percutânea da valva mitral com MitraClip demonstrou em diferentes estudos bons resultados nos pacientes sintomáticos com risco proibitivo para cirurgia. Contudo, seu benefício no “mundo real” não foi estudado em profundidade, devido ao fato de se tratar de uma estratégia complexa em comparação com outros procedimentos que realizamos habitualmente.

La reparación de la válvula mitral con Mitraclip es segura en pacientes de alto riesgo

No presente estudo foram analisados 2.952 pacientes que receberam reparação mitral com MitraClip incluídos no Registro STS/ACC TVT.


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A idade média dos pacientes foi de 82 anos (mais da metade eram homens), e apresentavam múltiplas comorbidades. Encontravam-se em baixa classe funcional e a metade deles eram frágeis. Todos apresentavam alto risco cirúrgico (o STS de mortalidade para as reparações foi de 6,1% e para o implante foi de 9,2%).

 

A principal causa da insuficiência mitral (IM) foi a degenerativa.

 

O lugar mais frequente do MitraClip foi o segmento A2P2. Múltiplos clips foram implantados em 34% dos casos. O grau de IM ≤ 1, 2 y ≥ 3 foi de 61,8%, 31,2% e 7%, respectivamente. O sucesso do procedimento foi de 91,8%.


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A mortalidade hospitalar foi de 2,7%; a embolização do clip ocorreu em 4 pacientes; o sangramento maior foi de 3,9%, o AVC foi de 0,4%, o IAM foi de 0,1% e a reconversão a cirurgia foi de 0,7%.

 

A mortalidade em 30 dias foi de 5,2% e em um ano, de 25,8%, e a re-hospitalização por insuficiência cardíaca foi de 20,2%.

 

Após o ajuste das variáveis, os seguintes fatores se associaram a mortalidade ou reinternação por insuficiência cardíaca:

  • Idade avançada;
  • Baixa fração de ejeção;
  • Piora da IM após o procedimento;
  • Diálise.
  • Insuficiência tricúspide.

 

Conclusão

Estes são achados da reparação mitral percutânea no “mundo real” nos Estados Unidos, realizados de forma efetiva e segura. Em tal sentido, talvez ajudem a determinar quais são os pacientes que apresentarão uma evolução favorável com a terapia que aqui abordamos.

 

Comentário

Esta análise do “mundo real” nos demonstra que a estratégia aqui abordada é factível e segura nos pacientes de alto risco ou de risco proibitivo e que sua evolução em um ano está marcada pelas significativa comorbidades que ditos pacientes apresentam.

 

Com a maior experiência dos grupos e o desenvolvimento dos novos dispositivos, seguramente a indicação se estenda a populações de menor risco.

 

Gentileza do dr. Carlos Fava.

 

Título original: Outcomes With Ttranscatheter Mitral Valve Repair in the United States. An STS/ACC TVT Registry Report.

Referência: Paul Sorajja, et al. J Am Coll Cardiol 2017;70:2315-27.


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