Título Original: Hemorrhagic and ischemic outcomes after bivalirudin versus unfractionated heparin during carotid artery stenting: A propensity score analysis from the NCDR. Referência: Wayangankar SA et al. Circ Cardiovasc Interv. 2013;Epub ahead of print.
A bivalirudina é um inibidor direto da trombina que tem demonstrado uma eficácia similar com melhor perfil de segurança no contexto da angioplastia coronária. Porém, seu papel na angioplastia carotídea não está bem definido. O objetivo deste estudo foi comparar a segurança e eficácia da bivalirudina vs heparina sódica na angioplastia carotídea, com a hipótese de que esta poderia diminuir as complicações hemorrágicas intra-hospitalares, com uma taxa similar de eventos isquêmicos. Os pacientes do grupo bivalirudina receberam um bolo de 0.75 mg/kg seguido de uma infusão continua de 1.75 mg/kg/hora durante o procedimento, os pacientes do grupo heparina a receberam segundo o protocolo de cada centro. A aspirina e o clopidogrel estiveram a critério do operador.
Incluíram-se 10560 pacientes do registro CARE nos quais foi realizada angioplastia carotídea entre 2005 e 2012 utilizando bivalirudina ou heparina sódica. As características dos dois grupos se equilibraram utilizando propensity score ficando para a análise final 3555 pacientes em cada grupo. Os pacientes do grupo bivalirudina apresentaram menor sangramento ou hematoma relacionado ao acesso que precisasse de transfusão comparado com os pacientes que receberam heparina (0.9% vs 1.5% respectivamente, OR 0.57, IC 0.36 a 0.89; p=0.01). A taxa de hemorragia intracerebral foi similar em ambos grupos (0.1% vs 0.2%; p=0.41) da mesma forma que o combinado de morte, infarto ou stroke (2.1% vs 2.7%; p=0.11).
Conclusão:
No contexto da angioplastia carotídea a bivalirudina esteve associada com uma menor taxa de complicações hemorrágicas em comparação com a heparina sódica. Os eventos isquêmicos intra-hospitalares e em 30 dias resultaram similares. É necessário um estudo randomizado que confirme estes resultados.
Comentário editorial:
Dada a pequena margem com que contamos na angioplastia carotídea, cada diminuição na taxa de complicações, embora pequena, é de grande ajuda. A taxa de sangramento intracerebral resultou baixa em ambos grupos o que é muito importante, primeiro pela morbimortalidade desta complicação e segundo porque a bivalirudina não possui antídoto o que é um problema no contexto de um sangramento intracerebral.
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