A interrupção da dupla antiagregação aumentou o risco de eventos adversos pós intervenção coronária. Não está claro se o risco varia no decorrer do tempo ou se depende do motivo da suspensão ou ambos.
O registro PARIS (patterns of non-adherence to anti-platelet regimens in stented patients) é um estudo observacional, prospectivo em pacientes que receberam angioplastia coronária entre 2009 e 2010. As categorias pré especificadas de interrupção da dupla antiagregação foram: recomendação médica, interrupção breve (para procedimento cirúrgico) com reinício dentro dos 14 dias e suspensão (por sangramento ou falta de aderência).
Foram incluídos no registro 5031 pacientes submetidos a angioplastia nos quais a incidência geral de interrupção do tratamento a 2 anos foi de 57.3%. A descontinuação por indicação médica foi de 40.8%, interrupção provisória 10.5% e a suspensão por efeitos adversos ou falta de aderência de 14.4%.
A incidência geral de eventos adversos foi de 11.5%, ocorrendo a maioria (74%) enquanto os pacientes estavam com o duplo esquema.
Comparado com os pacientes que estavam com dupla antiagregação o risco de eventos da interrupção transitória foi de 1.4 (p=0.1) e da suspensão por efeitos adversos ou falta de aderência de 1.5 (p=0.004). Dentro dos 7 dias, 8 a 30 dias e além dos 30 dias as taxas ajustadas resultaram de 7,04 (3,31 – 14,95), 2,17 (0,97 – 4,88) e 1,3 (0,97 – 1,76) respectivamente.
Conclusão:
A interrupção da dupla antiagregação é segura quando surge da indicação médica do mesmo modo que quando deve ser suspendida transitoriamente por um procedimento. Sem embargo quando a suspensão é por sangramento o risco relativo de eventos é um 50% maior e acontece principalmente nos primeiros 7 dias.
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Roxana Mehran
2013-09-02
Título original: Cessation of dual antiplatelet treatment and cardiac events after percutaneous coronary intervention (PARIS): 2 year results from a prospective observational study.