Fundamentos: A insuficiência cardíaca (IC) diastólica possui prevalência significativa representando metade dos casos dessa síndrome. Este estudo procurou avaliar a eficácia e segurança da espironolactona para o tratamento da IC diastólica.
Métodos e Resultados: Pacientes com idade maior que 50 anos, IC diastólica caracterizada por ecocardiograma com disfunção superior a grau I ou com fibrilação atrial e que tinham pico de VO2 menor que 25 ml/kg/min foram considerados para este estudo. Tratou-se de ensaio multicêntrico, randomizado, duplo cego e placebo controlado com dois desfechos primários: mudança na função diastólica pelo Doppler tecidual e pico de VO2 após 12 meses de tratamento. Foram incluídos 422 pacientes com idade media de 67 anos. 37% destes tinham internação recente por IC. A grande maioria (aproximadamente 80%) estava em classe funcional II no momento da inclusão e a fração de ejeção média foi de 67%. Após 12 meses de tratamento a espironolactona promoveu melhora da função diastólica sem efeito no pico de VO2. Nos desfechos de segurança houve incremento na ocorrência de hipercalemia e piora dos parâmetros de função renal. Não houve diferença na ocorrência de óbito (P=1) ou reinternações (P=0,38).
Comentários: Trata-se da primeira avaliação randomizada para o bloqueio da aldosterona no tratamento da IC diastólica, patologia progressiva e de considerável morbidade. No estudo, foi incluída uma população de baixo risco (BNP baixo em 44% da amostra) o que pode ter mascarado o potencial benefício da droga neste cenário. O estudo TOPCAT será mais numeroso e em população de maior risco, podendo trazer mais luz para a questão.
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B. Pieske
2012-08-25
Título original: Aldo-DHF: Aldosterone Receptor Blockade in Diastolic Heart Failure