As novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento da fibrilação atrial (FA) foram apresentadas no Congresso virtual da ESC 2020. Incorporam várias modificações que surgiram dos últimos estudos randomizados e, fundamentalmente, estabelecem uma “virada” em relação a como os médicos de diferentes especialidades devem se manejar e classificar a arritmia após o recente diagnóstico.
As novas diretrizes enfatizam que para começar o tratamento em primeiro lugar é necessário documentar a arritmia. Nesse sentido, promovem a realização de tantos eletrocardiogramas quantos forem necessários para conseguir dita documentação.
Isso parece muito óbvio para os cardiologistas, mas com frequência os pacientes mencionam palpitações ou sintomas compatíveis a outros especialistas que subestimam o sintoma. No máximo realizam um eletrocardiograma, que pode não mostrar o problema pelo fato de haver ocorrido uma reversão espontânea a ritmo sinusal.
As novas diretrizes ressaltam a necessidade de uma busca ativa e contínua.
Uma vez que a fibrilação atrial está confirmada, o próximo passo e caracterizá-la. O comum era utilizar parâmetros temporais como paroxística (persistente ou permanente), mas existem muitas limitações em dita classificação.
As diretrizes propõem uma nova classificação denominada “4S-AF”. Esta classificação se refere a 4 itens: o risco de AVC, a severidade dos sintomas, a severidade da intensidade arrítmica e a severidade do substrato arrítmico.
O risco de AVC pode ser estimado com a utilização do CHA2DS2-VASc.
A severidade dos sintomas com o escore EHRA ou similares.
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A intensidade arrítmica pode ser estimada com o tempo de duração, caso haja reversão espontânea a ritmo sinusal, etc.
Finalmente, a severidade do substrato pode ser estimada com a idade, comorbidades, tamanho do átrio e fibrose.
Os escores e os estudos complementares poderiam se modificar com o tempo mas não a estratégia “4S-4F”.
guias-ESC-FATítulo original: 2020 ESC Guidelines for the diagnosis and management of atrial fibrillation developed in collaboration with the European Association of Cardio-Thoracic Surgery (EACTS).
Referência: Hindricks G et al. European Heart Journal (2020) 00, 1125.
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