O forame oval pérvio (FOP) é uma causa reconhecida de AVC criptogênico e sua oclusão mediante tratamento percutâneo demonstrou ser efetiva em comparação com o tratamento médico, segundo diversos estudos randomizados com seguimento de até 5 e inclusive 10 anos. No entanto, para além de dito período, a informação disponível é limitada.

Foi feita uma análise do registro PROLONG, que incluiu 1.245 pacientes que tinham sido submetidos a oclusão percutânea do FOP após terem apresentado AVC isquêmico criptogênico, AIT, embolia sistêmica ou lesões isquêmicas silentes detectadas por ressonância magnética nuclear.
A idade média da população foi de 47 anos, sendo 56% da mesma constituída por mulheres. Os pacientes apresentavam hipertensão em 22% dos casos, diabetes em 3,1%, tabagismo em 14%, antecedentes de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar em 4,7% e enxaqueca em 32%.
O escore RoPE médio foi de 6,2 e 42% dos casos foram classificados como “prováveis” segundo a categoria PASCAL.
A indicação mais frequente para a oclusão do FOP foi de AIT (52%), seguido de AVC isquêmico (36%) e em menor medida de lesões isquêmicas silentes e embolia sistêmica.
O procedimento foi bem-sucedido em 99,1% dos casos. Não foram registradas mortes nem casos de AVC ou tamponamento cardíaco no âmbito hospitalar
Leia também: Implante de marca-passo pós-TAVI em insuficiência aórtica.
O seguimento foi de 14,5 anos. Durante dito período, a mortalidade foi de 4,7%, o evento combinado de AVC, AIT ou embolia sistêmica de 2,7%, AVC de 1,4%, sangramento severo de 0,4%, nova fibrilação atrial de 4,2% e shunt residual leve de 8,1%, moderado de 0,9% e severo de 0,1%.
Os preditores de eventos recorrentes foram a presença de fibrilação atrial, um RoPE ≤ 7 e uma categoria PASCAL não provável.
Conclusão
Este estudo confirma a efetividade da oclusão percutânea do forame oval pérvio em pacientes com embolia criptogênica, em um contexto do mundo real.
Título Original: 15-Year Outcomes of PFO Closure in Patients With Cryptogenic Embolism Insights From the PROLONG Registry.
Referência: Carlo Gaspardone, et al. JACC Cardiovasc Interv. 2025;18:1526–1537.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos





