Título original: Clinical and Procedural Predictors of Suboptimal Outcome After the Treatment of Drug-Eluting Stent Restenosis in the Unprotected Distal Left Main Stem The Milan and New-Tokyo (MITO) Registry. Referência: Circ Cardiovasc Interv. 2012;5: 491-498
Temos muito poucos dados sobre o tratamento percutâneo da reestenose do tronco de coronária esquerda desprotegido (TCE).
O objetivo deste estudo foi avaliar a melhor estratégia de angioplastia para pacientes com reestenose na bifurcação do TCE e se a estratégia inicial afetou o resultado posterior. Foram consideradas significativas as lesões de pelo menos 50%. O desfecho primário foi um composto de morte, infarto e revascularização da lesão (MACE).
Entre 2002 e 2008, passaram por angioplastia 575 pacientes consecutivos a TCE não protegido com stents medicamentosos (DES) em dois centros de alto volume. Destes pacientes, 92 evoluíram com reestenoses com compromisso da bifurcação; em 8 pacientes se optou pela cirurgia de revascularização miocárdica e, nos restantes 84, nova angioplastia (43 pacientes angioplastia com balão e 41 um novo DES).
A idade média da população foi de 65,5 ± 9,5 anos, 46,4% eram diabéticos, 41,7% receberam um stent e 58,3% dois stents. Acompanhamento clínico foi realizado em todos os pacientes (média de 24 meses) e angiográfico em 91,7%.
O desfecho primário (MACE) ocorreu em 31 pacientes (36%). A nova revascularização (TLR) foi mais frequente quando se utilizou só balão que um novo DES (47.6±7.7% em contraste com 20.8±6.6% respectivamente RR 4,14; 95% CI, 1.21–14.25; p=0.02) e isto foi independente do tipo e localização da reestenose original.
O tratamento com balão e o EuroSCORE >6 foram os únicos preditores independentes de TLR. A reestenose do óstio da circunflexa foi observada em 41 pacientes (44,6%), mas só 9 pacientes apresentaram angina, no resto o diagnóstico foi realizado pelo acompanhamento angigráfico. Nenhum paciente com reestenoses do óstio de circunflexa faleceu no acompanhamento em dois anos.
A técnica de dois stents no procedimento inicial teve a maior reestenoses e a maior recorrência de reestenose em comparação com a técnica de um stent. A técnica inicial pode prever o risco de restenose, mas somente para a região do óstio de Cx.
Conclusão:
O estudo sugere que os pacientes com reestenose de TCI obtêm maior benefício se são tratados com um novo DES do que somente com balão. As lesões complexas que exijam inicialmente dois stents estão associadas com maior incidência de reestenose e novas reestenose especialmente no óstio de Cx.
Comentário editorial:
A pequena população e a falta de randomização são limitadores, embora pareceça seguro e efetivo realizar novamente a angioplastia no TCE sempre que se utilize um novo DES e não somente balão. É interessante indagar se é necessário tratar todas as reestenoses do óstio da Cx, visto que clinicamente não foram organizados eventos graves com um acompanhamento em dois anos e, além disso, é o lugar mais frequente de reestenose. A utilização de 1 ou 2 stents, tanto no procedimento inicial como no tratamento da reestenose, esteve a critério do operador e pode ter sido influenciado pela complexidade anatômica. Saber se a maior reestenose se deve à anatomia inicial, ao uso de dois stents ou à combinação é difícil sem randomização.
http://solaci.org/es/pdfs/mito_registry.pdf
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