Título original: Percutaneous Left Ventricular Assist Device with Tandem Heart for High-Risk Percutaneous Coronary Intervention: The Mayo Clinic Experience. Referência: Oluseun O Alli, et al. Catheterization and Cardiovascular Intervention 80:728:734
Existe um pequeno grupo de pacientes que apresentam alto risco cirúrgico devido às suas comorbidades, anatomia coronariana e mau funcionamento ventricular esquerdo nos quais se propõe a angioplastia coronariana (ATC) como alternativa terapêutica.
O objetivo desse estudo foi analisar a viabilidade da utilização do dispositivo de assistência ventricular Tandem Heart Cardiac Assist (Cardiac Assist, Pittsburgh, PA) nos pacientes de alto risco.
É uma análise retrospectiva de um único centro no qual foram incluídos 54 pacientes submetidos a ATC com assistência ventricular.
Foram considerados como critérios de alto risco: FE <30%, uma pontuação de miocárdio ameaçado >8, oclusão do vaso responsável e a presença de comorbidades que contraindicavam a cirurgia cardiovascular. Os procedimentos foram realizados por apenas dois operadores. O mais relevante das características basais foi: média de idade 72 anos, FE 20%, diabéticos 41%, cirurgia de revascularização anterior 50%, IAM anterior 52% e balão de contrapulsação 45%.
30% tinham experimentado choque cardiogênico que foi resolvido no momento do procedimento. A anatomia coronariana era complexa, alcançando uma média de pontuação de Syntax de 33. Foi realizada ATC para tronco de coronária esquerda e múltiplos vasos a 62% e, do total, 48% necessitaram de aterectomia rotacional. O sucesso do procedimento foi de 97%.
A utilização de assistência ventricular melhorou significativamente o volume minuto, a pressão auricular média, a pressão na artéria pulmonar e a pressão Wedge. Esta melhora foi mantida após a retirada do dispositivo. A sobrevivência em 30 dias foi de 90% e de 87% em seis meses.
Conclusão:
A assistência ventricular é uma estratégia terapêutica viável em pacientes com doença coronária complexa, má função ventricular e risco cirúrgico elevado.
Comentário editorial:
Este estudo mostra que é possível tratar os pacientes de alto risco rejeitados para cirurgia, mas que precisam dos meios adequados para alcançar bons resultados que seguramente melhorarão no futuro. Tem como limitação ter se tratado de uma análise retrospectiva de um único centro com poucos pacientes e apenas dois operadores o que tira a sua validade externa, mas dá suporte para a realização de estudos de maior envergadura.
Cortesia Dr. Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro – Argentina
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG