Título original: Influence of Arterial Access Site Selection on Outcomes in Primary Percutaneous Coronary Intervention. Are the Results of Randomized Trials Achievable in Clinical Practice? Referência: Mamas A. Mamas et al. J Am Coll Cardiol Intv 2013. Article in press.
Os avanços na terapia antitrombótica tem melhorado o prognóstico nos pacientes (ptes) cursando uma síndrome coronária aguda com supra desnível do segmento ST, diminuindo os eventos isquêmicos. Porém, esta diminuição tem sido às expensas de um aumento no risco de sangramento. Uma proporção significativa destes sangramentos estão relacionados com o local de acesso.
Neste estudo foram incluídos todos os ptes do Reino Unido sendo submetidos a angioplastia primária entre 2006 e 2010.
Analisaram-se 46128 ptes no total, sendo que em 28091 (60.9%) foi utilizado o acesso femoral e em 18037 (39.1%) o acesso radial. Para 2006 o acesso radial foi utilizado somente em 12.5% dos procedimentos e aumentando até atingir 49.5% em 2010.
Os ptes com acesso radial receberam mais frequentemente inibidores da glicoproteína IIBIIIA e trombo aspiração, no entanto que nos que foi utilizado o femoral foi mais frequente a angioplastia a pontes venosas, o choque e o balão de contra pulsação.
Tanto a mortalidade no seguimento em quase 2 anos (13.6% vs 6.7%; p<0.0001) como a mortalidade em 30 dias (5.1% vs 6.7%; p<0.0001) foram significativamente mais baixas com o acesso radial.
Logo de realizar uma análise com propensity escore para ajustar todas as diferenças nas características basais, o acesso radial continuou demonstrando una significativa menor mortalidade, menor sangrado, menores complicações vasculares e MACCE que o acesso femoral.
Conclusão:
Este análise da base de dados de angioplastia primária do Reino Unido em um período de 5 anos demonstrou que o acesso radial associa-se de maneira independente a menor mortalidade comparado com o acesso femoral.
Comentário editorial:
O acesso radial está demonstrando ser um dos maiores logros na história da Cardiologia. Para ter uma ideia, os trombolíticos comparados com o placebo reduziram a mortalidade nos pacientes com infarto na ordem de 25%. Posteriormente a angioplastia primária comparada com os trombolíticos conseguiu reduzir a mortalidade aproximadamente em 40%. Estas reduções na mortalidade são de similar magnitude à demonstrada pelo acesso radial neste trabalho (29%) ou numa recente meta análise dos estudos randomizados (48%).
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