Título original: Percutaneous Left Atrial Appendage Suture Ligation Using the Lariat Device In Patines UIT Atrial Fibrillation Referência: Krystof Bartus, et al. J Am Coll Cardiol 2013;62:108–18.
A fibrilação auricular (FA) é a arritmia mais frequente e está associada a um aumento de 5 vezes do risco de acidente cerebral vascular com a conseguinte morbimortalidade. A anticoagulação com warfarina é efetiva, mas apenas entre 50% e 60% dos pacientes (ptes) conseguem se manter em um rango terapêutico adequado. Recentemente têm surgidos novas drogas como o Dabigatran que têm demonstrado ser efetivas para prevenir complicações embólicas, sem embargo, o risco de sangramento persiste e é agravado pela ausência de antídoto.
Nesta análise avaliou-se a sutura percutânea da aurícula da AI (OAI) com o dispositivo Sentre HEART, Redwood City, Ca e a sutura LARIAT. Basicamente o procedimento consiste em posicionar uma guia com ponta magnética e um balão na aurícula esquerda através de um acesso transeptal e posteriormente com a ajuda de outra guia magnética de polaridade oposta enlaçar a aurícula e liberar a sutura que se encontra pré-montada no laço.
Foram avaliados 119 possíveis candidatos e finalmente foram excluídos 89 ptes (16 pela anatomia da OAI, 11 por presença de trombos e 3 por aderências). Todos apresentavam alto risco de cardioembolia (CHADS2 ≥1) com FA não valvular, expectativa de vida >12 meses e mau candidato ou com contraindicação para anticoagulação. Foram excluídos os que apresentavam antecedentes de pericardite, pectum excavatum, infarto agudo de miocárdio dentro dos 3 meses, embolia dentro dos 30 dias, insuficiência cardíaca CF IV, fracção de ejeção <30% e radiação torácica. Definiu-se oclusão completa na presença de um leak <1mm.
A oclusão foi bem sucedida em 85 ptes que suspenderam a anticoagulação logo do procedimento. Em quatro não foi possível excluir a aurícula devido a aderências pericárdicas em um, complicações relacionadas à punção pericárdica em dois, e dificuldade com a punção transeptal em outro. Na maioria dos ptes foi realizada apenas uma tentativa para a punção transeptal. O ritmo cardíaco não se modificou pós procedimento exceto em um. Dois ptes evolucionaram com pericardite.
Realizou-se ecocardiograma transesofágico de controle aos 30 e 90 dias do procedimento, observando-se oclusão completa em 95% dos ptes. Um único pte aumentou o leak de 3mm. Em 6 meses houve duas mortes e em 12 meses outras duas, nenhuma relacionada ao procedimento. Em um ano 98% apresentava oclusão completa. Um único pte apresentou trombo na ecografia, O mesmo foi resolvido com anticoagulação.
Conclusão:
La ligadura percutânea da aurícula esquerda com o dispositivo LARIAT pode ser realizada de maneira efetiva e com baixa chance de eventos adversos peri-procedimentos o que habilita o dispositivo para ser testado em futuros estudos randomizados.
Comentário editorial:
Essa técnica permite resolver um problema importante nos ptes com FA. Como limitação apresenta a complexidade da mesma e suas potenciais complicações, o que possivelmente limite seu uso já que demanda uma curva de aprendizado importante.
Gentileza do Dr Carlos Fava,
Cardiologista Intervencionista.
Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG