Título Original: Reduction of pacemaker implantation rates alter CoreValve implantation by moderate predilatation
Referência: Philipp Lange, et al. EuroIntervention 2014;9:1151-1159
O implante valvular aórtico tem demonstrado ser uma estratégia válida nos pacientes de alto risco. A válvula aórtica percutânea auto expansível Core Valve tem sido associada com uma taxa relativamente alta de marca-passo definitivo e até o momento não existe uma conduta para diminuir seu requerimento.
Este trabalho incluiu 269 pacientes consecutivos que receberam o implante da válvula aórtica auto expansível Core Valve dos quais 32 foram descartados devido a que apresentavam marca-passo definitivo prévio ficando 237 para a análise final.
Todos apresentavam estenose aórtica severa sintomática e tinham alto risco cirúrgico. O sucesso do implante ocorreu em 99.3% (236) e nenhum paciente precisou de conversão a cirurgia. O transtorno de condução mais frequente foi o bloqueio completo de rama esquerda com 42%.
Globalmente, precisaram de marca-passo definitivo 50 pacientes (21.1%), sendo isto mais frequente nos que receberam válvula n° 29 (18.5% vs. 25%). Todos receberam valvuloplastia com balão prévia ao implante, em 114 foi com balão de 25 mm e em 123 com balão de 23 mm, sendo observada uma menor necessidade de marca-passos com o balão mais pequeno (27.1% vs. 15.4% respectivamente; p=0.042).
Foi realizada uma análise de acordo à válvula implantada (26 ou 29 mm) sendo observado em ambos grupos uma menor necessidade de marca-passos quanto menor foi o balão com o qual foi feita a pré-dilatação.
Foram preditores de necessidade de marca-passo o diâmetro do balão com o qual se fez a pré-dilatação, a pré-existência de bloqueio completo de rama esquerda, no bloqueio completo de rama direita, o bloqueio A-V de primeiro grau, o posicionamento alto da válvula e o diâmetro do septo interventricular.
Conclusão:
A pré-dilatação moderada com balão prévia ao implante valvular percutâneo de uma válvula CoreValve reduz a necessidade de marca-passo definitivo sem afetar o sucesso do procedimento.
Comentário:
A necessidade de marca-passo pós TAVI ocorre entre 16% e 40% de acordo à válvula utilizada e não representa uma complicação que modifique o prognóstico mas lógivamente, aumenta os custos do procedimento.
A pré-dilatação com balão pode acarretar a fratura do cálcio valvular com o risco de acidente vascular cerebral. Seria necessário equilibrar o risco/ benefício em cada paciente no momento de decidir a estratégia.
Gentileza do Dr Carlos Fava.
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro – Buenos Aires
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG