Segundo esta recente análise publicada no Eur Heart J, as mulheres teriam um risco muito mais baixo de apresentar morte súbita durante a realização de atividade física em comparação com os homens.
As mulheres parecem estar mais protegidas perante a morte súbita, o que motiva a seguinte pergunta: que valor tem a triagem?
O risco de morte súbita relacionada com o esporte é consideravelmente mais baixo nas mulheres. Nesse sentido, a morte súbita ocorre com uma frequência de 5 a 33 vezes menos em mulheres que em homens, sem importar a quantidade de participantes, o esporte analisado ou a intensidade do exercício. Qualquer que seja a razão, a informação é contundente.
O que dificulta a obtenção de dita informação é que existe muita triagem antes da participação, especialmente na Europa. A questão é se com os números que agora temos vale a pena realizar ditos estudos nas mulheres.
Nos Estados Unidos um estudo relatou uma incidência de morte súbita de 0,66 por milhão de atletas/ano nas mulheres, ao passo que a cifra chegou a 5,01 por milhão de atletas/ano nos homens. A diferença não pode passar despercebida.
Na Alemanha, por outro lado, as cifras foram de 0,2 em mulheres vs. 2,6 em homens.
Muitos sugerem que a diferença poderia se dever ao tipo de atividade realizada ou à intensidade da mesma. No entanto, ao avaliar esportes idênticos com iguais desempenhos as diferenças se mantiveram.
Existem divergências no grau de remodelamento ventricular, fibrose e aterosclerose que resultam de um exercício intenso e prolongado. Em todos esses parâmetros foram observadas diferenças entre sexos que poderiam se dever a variações específicas em hormônios, tensão arterial ou tônus autonômico.
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A “busca sistemática” de doenças cardiovasculares em mulheres antes de sua participação em esportes continua com opiniões encontradas na comunidade cardiológica. Na Itália, por exemplo, é mandatório realizar exames para todos os atletas antes de participar. Sociedades com a europeia, a AHA ou o ACC recomendam a busca sistemática para atletas de escala competitiva ou profissional, mas diferem nos protocolos. Nos Estados Unidos não se recomenda um ECG basal de repouso como método padrão de busca.
Título original: Risk of sports-related sudden cardiac death in women.
Referência: Deepthi Rajan et al. Eur Heart J. 2021 Dec 11;ehab833. Online ahead of print. doi: 10.1093/eurheartj/ehab833.
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