Angioplastia coronariana com balões eluidores de sirolimus

Na atualidade a maioria das angioplastias coronarianas percutâneas (ATC) são realizadas com stents eluidores de fármacos (DES). No entanto, os balões eluidores de fármacos (DEB) têm mostrado benefícios em casos de reestenose e em angioplastias de vasos pequenos com lesões de novo. 

O ultrassom intravascular (IVUS) demonstrou sua eficácia nas ATC de tronco da coronária esquerda (TCE) e em procedimentos complexos, embora exista pouca informação sobre seu uso em angioplastias com DEB. 

O estudo ULTIMATE III é um ensaio clínico randomizado, controlado e aberto que comparou a ATC guiada por IVUS (ATC IVUS) com a ATC guiada por angiografia (ATC ANGIO) em pacientes com alto risco de sangramento. 

Foram incluídos 260 pacientes com lesões de ≤ 15 mm em vasos de 2 a 4 mm de diâmetro.

O desfecho primário foi a mensuração da perda luminal tardia (LLL) 7 meses após a realização do procedimento. Os grupos de pacientes foram similares no tocante às características demográficas e clínicas: idade média de 67 anos, 80% de predominância de homens, 72% de hipertensão, 30% de diabetes, 9% de antecedentes de infarto, 17% de ATC prévia, 9% de icto, 5% de úlcera péptica, 12% de fibrilação atrial, 45% de anemia, 10% de contagem de plaquetas < 100.000 e 14% de deterioração da função renal. 

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A apresentação clínica mais frequentes foi a angina instável (73%), seguida de angina crônica estável (14%), com menor frequência de infarto agudo do miocárdio com elevação do ST (IAM ST), infarto agudo do miocárdio sem elevação do ST (IAM NST) e isquemia silente. 

Não foram observadas diferenças na localização das lesões, sendo a artéria descendente anterior a mais afetada, seguida da circunflexa. Tampouco houve diferenças significativas no que se refere ao procedimento. 

O desfecho primário foi positivo para os pacientes submetidos a ATC IVUS (0,03 ± 0,52 mm para ATC ANGIO vs. 0,10 ± 0,34 mm para ATC IVUS; diferença média de 0,14 mm; IC de 95%: 0,02-0,26; p = 0,025). Além disso, a ATC IVUS se associou com uma menor estenose (28,15% ± 13,88% vs. 35,83% ± 17,69%; p = 0,001) e com um diâmetro intraluminal maior (2,06 ± 0,62 mm vs. 1,75 ± 0,63 mm; p < 0,001).

Conclusão

Este estudo demonstrou que a angioplastia guiada por IVUS se associa a uma menor perda luminal tardia em pacientes com lesões coronarianas de novo em comparação com a angioplastias guiada por angiografia. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Miembro del Consejo Editorial de SOLACI.org.

Título Original: Intravascular Ultrasound vs Angiography- Guided Drug-Coated Balloon Angioplasty. 

Referência: The ULTIMATE III Trial. Xiao-Fei Gao, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2024. Article in Press.


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