ESC 2024 | POPular PAUSE TAVI: manutenção vs. suspensão do tratamento anticoagulante oral durante o TAVI

Devido à idade avançada e às comorbidades dos pacientes com estenose aórtica severa programados para TAVI, muitos deles têm fibrilação atrial (35%) ou doença adquirida de Von Willebrand, o que muitas vezes requer tratamento com anticoagulantes orais (ACO). 

Foi levado a cabo um estudo randomizado em 22 centros europeus, incluindo 858 pacientes, que foram randomizados em uma proporção 1:1 a manter o tratamento anticoagulante ou suspendê-lo. O desfecho primário foi a incidência de eventos adversos (mortalidade cardiovascular, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, complicação vascular maior ou sangramento maior) 30 dias depois do TAVI. 

Com relação ao DP observou-se uma taxa de eventos de 16,5% no grupo que manteve o tratamento com ACO e de 14,8% no grupo que suspendeu o tratamento, com uma diferença de 1,7% (IC de 95%: -3,1 a 6,6; p de não inferioridade = 0,18). Isso indica que a manutenção do tratamento anticoagulante não foi não inferior à interrupção. 

Leia também: ESC 2024 | Ensaio NOTION 3: Angioplastia coronariana em pacientes com plano de implante percutâneo da valva aórtica.

No tocante aos eventos secundários, o risco de qualquer tipo de sangramento foi maior no grupo de manutenção (diferença de 9,8%; IC de 95%: 3,9-15,6), afetando principalmente os sangramentos menores, embora também tenham sido observados sangramentos menores. 

Os autores concluíram que não houve vantagem em continuar com o tratamento anticoagulante e destacaram que este é o primeiro estudo randomizados que respalda a suspensão do ACO prévio a TAVI. 

Apresentado por Dirk Jan van Ginkel nas Hot-Line Sessions, ESC Congress 2024, 30 agosto-2 de setembro, Londres, Inglaterra.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Dr. Omar Tupayachi
Dr. Omar Tupayachi
Membro do Conselho Editorial do solaci.org

Mais artigos deste autor

Terapêutica endovascular do TEP: será melhor um tratamento mais precoce do que tardio, como no caso do infarto e do AVC?

Os pacientes com tromboembolismo de pulmão (TEP), seja de risco intermediário, seja alto, podem evoluir a uma disfunção do ventrículo direito (VD), o que...

Será o acesso carotídeo uma opção segura no TAVI?

O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) está recomendado preferentemente por acesso femoral, segundo as diretrizes europeias (em pacientes ≥75 anos) e americanas (em...

Tratamento percutâneo da insuficiência mitral funcional atrial

A insuficiência mitral (IM) por dilatação atrial funcional (AFMR) é uma afecção que representa aproximadamente um terço dos casos de insuficiência mitral, associando-se com...

Subexpansão da ACURATE Neo2: prevalência e implicações clínicas

O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI), para além de ter demonstrado benefícios clínicos sustentáveis em diversas populações de pacientes, ainda enfrenta alguns desafios...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Terapêutica endovascular do TEP: será melhor um tratamento mais precoce do que tardio, como no caso do infarto e do AVC?

Os pacientes com tromboembolismo de pulmão (TEP), seja de risco intermediário, seja alto, podem evoluir a uma disfunção do ventrículo direito (VD), o que...

Será o acesso carotídeo uma opção segura no TAVI?

O implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) está recomendado preferentemente por acesso femoral, segundo as diretrizes europeias (em pacientes ≥75 anos) e americanas (em...

Veja as melhores imagens das Jornadas Uruguai 2025

Aproveite os melhores momentos das Jornadas Uruguai 2025, realizadas no Hotel Radisson de Montevidéu (Uruguai) nos dias 7, 8 e 9 de maio de...