Título original: Predictive Factors, Management and Clinical Outcomes of Coronary obstruction Following Transcatheter Aortic Valve Implantation Insight From a Large Multicenter Registry Referência: Henrique B. Ribeiro, et; al. J Am Coll Cardiology 2013;62:1552-62
O implante percutâneo da válvula aórtica é uma estratégia válida nos pacientes de alto risco cirúrgico. Uma das possíveis complicações deste procedimento é a oclusão das artérias coronárias por deslocamento do cálcio durante o seu implante.
Neste registro multicêntrico se incluíram 6688 pacientes que receberam um implante valvular percutâneo observando-se 44 casos (0.66%) de oclusão coronária sintomática. Os pacientes com esta complicação eram mais idosos, mulheres, EuroSCORE log mais alto, antecedente de substituição valvular com válvula biológica prévia e também resultou mais frequente nas válvulas expansíveis por balão. Pelo contrário o antecedente de cirurgia de revascularização miocárdica prévia foi um fator protetor.
Na tomografia apresentaram menor área aórtica, menor diâmetro na união sino tubular e menor distancia entre a válvula e os óstios coronários (
A revascularização não foi realizada em 7 pacientes dos quais 3 faleceram logo da oclusão da coronária esquerda. Em 33 foi realizada angioplastia que foi bem sucedida em 82%. A mortalidade durante o procedimento foi de 7 ptes (15.9%) e a 30 dias de 11 (40.9%). A 12 meses a mortalidade acumulada foi de 20 ptes (45.5%), a maioria dos que sobreviveram até o ano encontravam-se em Classe Funcional I-II.
Conclusão:
A oclusão das artérias coronárias durante o implante de uma válvula aórtica percutânea é uma complicação que compromete a vida, é mais frequente em mulheres, com válvulas balão expansíveis e nos que receberam uma válvula biológica prévia. O nascimento baixo dos óstios e as características dos seios de Valsalva são fatores anatómicos associados ao sucesso do tratamento e também importantes para antecipar ou prevenir a ocorrência desta complicação.
Comentário:
Se bem que a oclusão coronária é muito pouco frequente, a sua presença impacta desfavoravelmente em forma direta na evolução imediata e a curto prazo, além de prolongar a internação e o custo do procedimento. Esta complicação se vê relacionada às características anatómicas da válvula que podem ser avaliadas mediante tomografia. A correta escolha dos pacientes e do dispositivo a ser implantado e as melhoras tecnológicas das novas válvulas diminuirão esta eventualidade.
Gentileza Dr Carlos Fava.
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro – Argentina
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG