Título original: The impact of live transmition on patients outcomes during transcatheter aortic valve replacement: Results fron the VERITAS study. Referência: Ron Waskman, et al. Cardiovascular Revascularization Medicine 2014;15:63-68
Com o avanço da tecnologia médica e o grande desenvolvimento das telecomunicações, a realização de casos ao vivo ou editados tem se tornado frequente na educação médica, mas um dos pontos de discussão sempre foi a segurança de estes procedimentos.
Este é um estudo multicêntrico, retrospectivo observacional com caso controle. O desfecho final desta análise foi a segurança dos pacientes que receberam substituição valvular aórtica percutânea (TVAR) durante as transmissões ao vivo.
As válvulas utilizadas foram CoreValve por acesso femoral e Edwards SAPIEN por acesso femoral ou apical. Foram comparados os pacientes que receberam TVAR durante uma transmissão ao vivo com um grupo controle utilizando os seguintes critérios; STS ±2 pontos, dia do procedimento ±4 semanas, o mesmo primeiro operador e o mesmo acesso ficando um grupo controle de 46 ptes e um grupo de transmissão ao vivo de 46 ptes.
O desfecho final de segurança foi avaliado mediante a taxa de complicações maiores: morte hospitalar, stroke, tamponamento, embolização, obstrução coronária insuficiência renal que requere diálise e tem a necessidade marca-passo.
Não foram observados resultados clínicos ou ecocardiográficos diferentes entre o grupo de transmissão ao vivo vs o grupo controle. A duração total do procedimento foi, sim, maior no grupo transmitido ao vivo (129±49 vs. 100±42 minutos p=0.007) mas não houve diferença no tempo de fluoroscopia, número de operadores, complicações intra procedimento, estadia em unidade coronária ou hospitalar.
A presença de insuficiência aórtica moderada ou severa foi 4.7% no grupo de transmissão ao vivo e de 9.5% no grupo controle sem atingir significância estatística. Também não houve diferenças no desfecho final de segurança, morte (2.2% em cada grupo), conversão a cirurgia, complicações vasculares, sangramento, arritmias, necessidade de marca-passo ou diálise, infecções.
Conclusão
Estes dados dão suporte a que os procedimentos de substituição valvular aórtica percutânea transmitidos ao vivo para os Congressos e realizados por operadores de experiência são seguros com similar evolução ao resto dos procedimentos.
Comentário
O estudo VERITAS não demonstra que a realização de uma transmissão ao vivo de TAVR não implica baixar os padrões de segurança para o paciente, quando é realizado por operadores e equipes (médicos, técnicos, enfermeiros, etc.) treinados. O maior tempo do procedimento seguramente está relacionado com a atividade docente.
Gentileza Dr Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro
Buenos Aires – Argentina
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG