Este trabalho explora o impacto da pós-dilatação com balão nos estudos realizados nos Estados Unidos que avaliaram a valva autoexpansível CoreValve.
Examinaram-se os detalhes do procedimento de 3.532 pacientes para determinar quando foi realizada pós-dilatação após o implante valvar. As recomendações da prática clínica indicam a pós-dilatação para melhorar um resultado subótimo, recorrendo-se a ela na maioria das vezes para tratar uma insuficiência paravalvar moderada ou severa.
A pós-dilatação foi feita em 782 pacientes (22%), tendo sido a insuficiência paravalvar moderada ou mais (58,1%) a indicação mais comum.
Foram fatores preditores da necessidade de pós-dilatação:
- Os gradientes transvalvares basais (p < 0,001),
- A maior insuficiência aórtica basal (p < 0,001),
- Maior diâmetro do anel (p < 0,001),
- Um implante mais baixo (p < 0,001).
O último fator indicado acima foi significativamente menos frequente nos dispositivos de 26 mm (17,9%) quando comparados com os dispositivos de 31 mm (38,1%).
A pós-dilatação foi efetiva em reduzir a insuficiência aórtica moderada ou severa em aproximadamente 75,6% (de 58,1% a 14,2%).
Os resultados clínicos em 30 dias e em 1 ano foram similares entre os grupos com a exceção de uma maior taxa de insuficiência renal aguda no grupo que recebeu pós-dilatação (p = 0,026), que poderia ser explicada pela aortografia extra necessária para controle.
Os eventos adversos maiores cardiovasculares e cerebrovasculares foram de 9,3% no grupo que necessitou pós-dilatação, e de 7,5% no resto dos pacientes (p = ns). Não se observou aumento de eventos neurológicos.
Conclusão
A pós-dilatação foi utilizada em 22% dos pacientes que receberam CoreValve e a razão mais frequente foi a necessidade de redução do grau de insuficiência aórtica paravalvar residual. A pós-dilatação foi efetiva em melhorar imediatamente o resultado e não se associou a um aumento de eventos neurológicos.
Título original: Balloon Post-Dilation Following Implantation of a Self-Expanding Transcatheter Aortic Valve Bioprosthesis.
Referência: J. Kevin Harrison et al. J Am Coll Cardiol Intv 2017;10:168–75.
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