Gentileza do Dr. Agustín Vecchia.
A incidência, preditores e o impacto no prognóstico da necessidade de nova revascularização (TLR) de lesões de tronco de coronária esquerda (TCE) tratadas inicialmente com stents de segunda geração não foi, até o presente, claramente definida, e esse é o objetivo principal desta publicação.
Trata-se de um estudo observacional retrospectivo de um registro multicêntrico de pacientes com lesão de TCE não protegido que receberam para seu tratamento stents de segunda geração entre os anos 2007 e 2015, cujo desfecho primário foi a necessidade de TLR.
Foram avaliados 1.270 pacientes (p) consecutivos. Após um seguimento médio de 650 dias (230 a 1.170) 47 pacientes (3,7%) requereram uma nova angioplastia no TCE, 22 deles como consequência de um seguimento angiográfico planificado. Do resto, 16 foram internados por angina instável, 4 por IAM sem ST e um por IAM com ST. Em 56% dos casos a reestenose foi focal, em 33% difusa e em 10% proliferativa.
Na análise multivariada, a Diabete Mellitus (DM) aumentou o risco de TLR (HR 2,0: 1,1 a 2,6; p = 0,04) enquanto que a utilização de ultrassom intravascular (IVUS) durante a angioplastia o diminuiu (HR 0,5: 0,3 A 0,9; P = 0,02).
A mortalidade cardiovascular foi similar entre os pacientes que tiveram necessidade de TLR e os que não (4% vs. 4%; p = 0,95) e na análise multivariada a necessidade de TLR não aumentou o risco de mortalidade global (HR 0,4: 0,1 A 1,6; p = 0,22), o que ocorreu com a presença de choque cardiogênico e escore de syntax em tercil III.
Os autores concluem que:
- A necessidade de nova revascularização em lesões de TCE tratadas com stents de segunda geração é baixa;
- Esta TLR é maior em pacientes com DM e menor naqueles nos quais se utilizou IVUS na angioplastia;
- Trata-se de um evento sem impacto significativo sobre a mortalidade global.
Comentário editorial
Trata-se de um estudo observacional e retrospectivo sobre um registro multicêntrico de pacientes admitidos para angioplastia de TCE com técnicas e protocolos de medição pós-angioplastia que ficaram a critério dos centros participantes e não são informados nesta publicação.
A taxa de reestenose clínica é baixa e similar à já relatada para este procedimento com DES de segunda geração e menor que a observada nos DES de primeira geração; sua associação positiva com a DM e negativa com a utilização de IVUS reafirma achados previamente publicados.
A afirmação acerca do caráter neutro que o impacto da TLR tem sobre a mortalidade global destes pacientes deve ser assumida com precaução, considerando sobretudo o caráter retrospectivo do estudo e a falta de um comitê central de designação de eventos.
Gentileza do Dr. Agustín Vecchia. Hospital Alemão, Buenos Aires, Argentina
Título original: Incidence and Management of Restenosis After Treatment of Unprotected Left Main Disease With Second-Generation Drug-Eluting Stents (from Failure in Left Main Study With 2nd Generation Stents – Cardiogroup III Study).
Referência: D´Ascenzo F, Chieffo A, Cerrato E, et al Am J Cardiol 2017 Apr 1;119(7):978-982.
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