Após 2 anos e meio de corrida sem descanso, os stents farmacológicos (DES) de hastes ultrafinas chegaram antes dos DES com struts finos de 2ª geração à meta.
A vantagem se deu em termos de revascularização da lesão justificada pela clínica com similares taxas de infarto, trombose do stent, morte cardíaca e morte por qualquer causa. Após fracassar tentando criar novas gerações de DES com base na droga ou no polímero, finalmente parece que a verdadeira evolução passa pela espessura das hastes.
A 2ª geração de DES contemporâneos são considerados o padrão de tratamento para a angioplastia coronariana. Uma metanálise prévia que incluiu 10 estudos randomizados com mais de 11.000 pacientes, mostrou a vantagem dos DES ultrafinos, mas com somente um ano de seguimento (um tempo muito curto para considerarmos representativo do amanhecer de uma nova geração).
Esta nova metanálise publicada no European Heart Journal comparou os estudos randomizados com DES ultrafinos (< 70 mícrons de espessura) vs. a clássica 2ª geração.
O desfecho primário preestabelecido foi a falha da lesão alvo, uma combinação de morte cardíaca, infarto ou revascularização da lesão alvo justificada pela clínica. Entre os desfechos secundários incluiu-se a trombose do stent e a mortalidade por qualquer causa.
Foram elegíveis 16 estudos randomizados com mais de 20.000 pacientes e um seguimento de 2,5 anos.
Leia também: A melhor revascularização em pacientes com deterioração do ventrículo esquerdo.
Os DES de hastes ultrafinas se associaram a 15% de redução na falha do vaso alvo a longo prazo em comparação com os DES “convencionais” de 2ª geração (RR 0,85, IC 95% 0,76 a 0,96; p = 0,008) conduzida por 25% de redução na revascularização justificada pela clínica (RR 0,75, IC 95% 0,62 a 0,92; p = 0,005).
Não foram observadas diferenças entre ambos os dispositivos em termos de infarto, trombose do stent, morte cardíaca ou morte por qualquer causa.
Conclusão
Com um seguimento médio de 2,5 anos os stents de struts ultrafinos diminuíram a falha do vaso alvo basicamente devido a uma significativa redução das revascularizações em comparação com os DES “clássicos” de 2ª geração.
ehab280Título original: Long-term follow-up after ultrathin vs. conventional 2nd-generation drug-eluting stents: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.
Referência: Mahesh V. Madhavan et al. European Heart Journal (2021) 42, 2643–2654 doi:10.1093/eurheartj/ehab280.
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