A revascularização reduz a mortalidade em pacientes com anatomia de alto risco diagnosticada por tomografia multicorte

Título original: All-cause mortality benefit of coronary revascularization vs. medical therapy in patients without known coronary artery disease undergoing coronary computed tomographic angiography: results from CONFIRM (Coronary CT Angiography EvaluatioN For Clinical Outcomes: An InteRnational Multicenter Registry) Referência: James K Min et al. European Heart Journal (2012) 33, 3088–3097 doi:10.1093/eurheartj/ehs315.

Vários estudos em grande escala demostraram redução d a mortalidade com a revascularização em pacientes estáveis com anatomia de alto risco diagnosticada por angiografia convencional. 

O objetivo desse estudo foi determinar o impacto sobre a mortalidade da revascularização em contraste com. tratamento médico, em pacientes submetidos a diagnostico de doença cardíaca por tomografia.

Trata-se de um estudo observacional que incluiu 15.223 pacientes estáveis, sem doença cardíaca anterior conhecida, submetidos a cardiografia por tomografia multicorte (≥ 64 detectores) e que foram divididos em anatomia de alto risco (2 vasos com descendente anterior proximal, 3 vasos ou tronco de coronária esquerda) ou de baixo risco. Foi utilizado um modelo de regressão logística para encontrar os preditores de revascularização ou tratamento médico. O desfecho primário foi a mortalidade por qualquer causa.

A taxa de revascularização foi diferente, dependendo do grau de gravidade da doença, com 3,8% na anatomia de baixo risco e de 51,2% nos de alto risco (p<0,01). Destes 82,8% foram revascularizados por angioplastia. O acompanhamento médio foi de 2,1 anos (faixa de 1,4 a 3,3 anos).

Depois de ajustar todos os confundidores foi observada uma diminuição da mortalidade por qualquer causa nos pacientes com anatomia de alto risco que foram revascularizados comparado com os que receberam somente tratamento médico (2,28% em contraste com. 5,34% respectivamente p=0,0075). Nos pacientes que não tinham anatomia de alto risco não houve diferenças entre os grupos (2,06% em contraste com 0,97% p=0,138).

Conclusão: 

Nos pacientes que não tinham doença cardíaca anterior conhecida e que foram diagnosticados por tomografia multicorte com anatomia de alto risco, foi observada uma diminuição da mortalidade por qualquer causa com a revascularização.

Comentário editorial: 

A natureza observacional do estudo torna qualquer resultado gerador de hipótese a ser confirmada em trabalhos randomizados. Além disso, a tomografia compete com os estudos funcionais como método de triagem e este trabalho nos proporciona ferramentas para poder decidir quando avançar com uma cinecoronariografia convencional e revascularização.

SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

Revascularização coronariana guiada por iFR vs. FFR: resultados clínicos em seguimento de 5 anos

A avaliação das estenoses coronarianas mediante fisiologia coronariana se consolidou como uma ferramenta crucial para guiar a revascularização. As duas técnicas mais empregadas são...

TAVI em anel pequeno: que válvula devemos utilizar?

Um dos principais desafios na estenose aórtica severa são os pacientes que apresentam anéis valvares pequenos, definidos por uma área ≤ 430 mm². Esta...

ACC 2025 | WARRIOR: isquemia em mulheres com doença coronariana não obstrutiva

Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa...

Pacientes com alto risco de sangramento após uma ATC coronariana: são úteis as ferramentas de definição de risco segundo o consórcio ARC-HBR e a...

Os pacientes submetidos ao implante de um stent coronariano costumam receber entre 6 e 12 meses de terapia antiplaquetaria dual (DAPT), incluindo esta um...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Revascularização coronariana guiada por iFR vs. FFR: resultados clínicos em seguimento de 5 anos

A avaliação das estenoses coronarianas mediante fisiologia coronariana se consolidou como uma ferramenta crucial para guiar a revascularização. As duas técnicas mais empregadas são...

TAVI em anel pequeno: que válvula devemos utilizar?

Um dos principais desafios na estenose aórtica severa são os pacientes que apresentam anéis valvares pequenos, definidos por uma área ≤ 430 mm². Esta...

ACC 2025 | WARRIOR: isquemia em mulheres com doença coronariana não obstrutiva

Aproximadamente a metade das mulheres sintomáticas por isquemia que se submetem a uma coronariografia apresentam doença coronariana não significativa (INOCA), o que se associa...