Título original: Angiographic Success and Procedural Complications in Patients Undergoing Percutaneous Coronary Chronic Total Occlusion Interventions. A Weighted Meta-Analysis of 18,061 Patients From 65 Studies. Referência: Vishal G. Patel et al. J Am Coll Cardiol Intv 2013. Article in press.
As oclusões totais crônicas (CTO) se encontram em entre 15% e 30% dos pacientes submetidos a uma cardiografia.
A recanalização bem-sucedida de uma CTO está associada com melhora da angina, da função ventricular e a sobrevida. Apesar destes benefícios, as recanalizações são raras na prática diária pela chance historicamente baixa de sucesso, a complexidade técnica, a grande quantidade de materiais necessários e as possíveis complicações maiores.
Para investigar a incidência de complicações na recanalização de oclusões totais crônicas foi projetada esta meta-análise que incluiu 65 estudos publicados e 18.061 pacientes. A artéria mais frequentemente recanalizada foi a coronariana direita, seguida da descendente anterior e a circunflexa.
O sucesso do procedimento alcançou 77% com uma chance de eventos cardiovasculares maiores (MACE) de 3,1%. O infarto periprocedimento que alcançou 2,5% foi o componente mais frequente dos MACE. Complicações como morte (0,2%), cirurgia de emergência (0,1%), AVC (<0.01%) ou lesão por radiação (<0,01%) foram pouco frequentes. A perfuração coronariana alcançou 2,9%, mas só 0,3% dos pacientes desenvolveram tamponamento. Analisando os estudos de acordo com o ano de publicação, foi observado um aumento significativo das chances de sucesso à medida que nos aproximamos da atualidade, bem como uma diminuição significativa das complicações.
Conclusão:
Esta meta-análise mostra que a recanalização de oclusões crônicas tem uma chance de sucesso grande e crescente, além de uma incidência de complicações baixa e descendente, sugerindo que o balanço de risco/benefício está inclinado para a aceitação do desafio.
Comentário editorial:
Embora os resultados melhorem com relação ao histórico não se deve esquecer de estar preparados, não só com a experiência, mas também com os materiais para resolver as complicações. Um serviço de Cardiologia Intervencionista que tenha um programa de oclusões totais crônicas deve contar, por exemplo, com a tranquilidade de um stent coberto ou coils de encosto para resolver uma perfuração, embora o tamponamento ocorra em apenas 0,3%.
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