Título original: Residual Mitral Valve Regurgitation After Percutaneous Mitral Valve Repair with Mitraclip® System in a Risk Factor of Adverse one-Year Outcome Referência: Liliya Paranskaya et al. Catheterization and Cardiovascular Intervention 81:609-617 (2013).
Hoje o padrão-ouro para o tratamento a regurgitação mitral (IM) é a cirurgia, mas cerca de 20% dos pacientes são rejeitados por apresentar alto risco cirúrgico.
O objetivo desse estudo foi analisar os resultados em médio prazo dos pacientes com IM tratados com MitraClip® (Abbot Vascular, Melon Park, CA). Entre fevereiro de 2010 e dezembro de 2011, foram incluídos 85 pacientes com IM grave e alto risco cirúrgico. O sucesso do procedimento foi definido como o implante de pelo menos um clipe com uma IM residual de grau ≤2 e sem nova estenose mitral significativa. Todos os pacientes eram sintomáticos para doença valvular e apresentavam alto risco cirúrgico com um Euroscore médio de 24±12.
O sucesso do procedimento foi alcançado em 82 pacientes (96,4%); desses, 47 pacientes receberam dois clipes e 24 pacientes receberam mais de dois clipes. Com o MitraClip® foi obtida uma redução significativa da área do orifício mitral de 5,1 ± 1 cm² para 2,9 ± 0,5 cm² (p=0,001) e também um aumento do gradiente transmitral de 2,3 ± 1 mmHg para 3,4 ± 1,4 mmHg (p=0,001). A mortalidade em 30 dias foi de 4,7% e de 29% no acompanhamento em 211±173 dias.
Foi observada melhora da classe funcional em 69 pacientes (81,2%) e nenhum na classe funcional IV. 20% deles necessitaram nova internação por insuficiência cardíaca. A sobrevida livre de eventos foi de 66%. Na análise multivariada, a IM residual após o procedimento, o gradiente anterior e a doença pulmonar obstrutiva crônica foram preditores de evolução ruim.
Conclusão:
O MitraClip® é uma opção segura e viável em pacientes com regurgitação mitral grave e alto risco. O grau residual de regurgitação mitral afeta prejudicialmente no acompanhamento.
Comentário editorial:
O tratamento percutâneo da válvula mitral abre uma oportunidade a muitos pacientes que por sua condição não são candidatos a cirurgia. Este é um procedimento muito desafiador visto que a fluoroscopia é de pouca utilidade e dependemos quase exclusivamente das imagens do eco transesofágico para o implante correto.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Cardiologista Intervencionista.
Fundação Favaloro. Argentina.
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG