Título original: Outcomes After Primary Percutaneous Coronary Intervention in Octogenarians and Nonagenarians With ST-Segment Elevation Myocardial Infarction: From the Western Denmark Heart Registry. Referência: Lisbeth Antonsen et al. Catheterization and Cardiovascular Interventions 81:912–919 (2013)
Com o aumento da expectativa de vida em nível mundial cada vez serão mais os pacientes idosos que serão referidos a nós para angioplastia no contexto de um infarto com supra desnível do segmento ST. Frequentemente eles não recebem toda a estratégia terapêutica disponível com base na suposição de que seu prognóstico já é o suficientemente adverso como para que uma mudança seja possível, e além disso pela falta de informação disponível devido à sistemática exclusão deste grupo etário na maioria dos trabalhos randomizados.
O objetivo deste estudo foi apresentar a mortalidade por todas as causas em 30 dias, um ano e 5 anos dos pacientes octogenários e nonagenários que foram referidos a angioplastia primária entre 2002 e 2009. Avaliaram-se 1322 ptes idosos dos quais 91.8% foram octogenários e 8.2% nonagenários.
A proporção de pacientes octogenários referidos a angioplastia primária aumentou de 5.5% em 2002 a 11.1% do total de pacientes em 2009, no entanto, a proporção de nonagenários se manteve estável (0.6% vs 0.8%).
Um 12.1% de todos os idosos ingressaram em uma condição crítica (Killip IV, necessidade de intubação oro traqueal, balão de contrapulsação ou uma pressão sistólica < 90 mmHg). Não houve diferenças neste ponto entre octogenários e nonagenários. A mortalidade em 30 dias de toda a coorte resultou de 17.9%, ao ano de 27.2% e aos 5 anos de 41.1%.
Conclusão:
A proporção anual de octogenários referidos a angioplastia primária duplicou-se entre 2002 e 2009, porém, a proporção de nonagenários permaneceu estável. Se bem que os nonagenários têm a mortalidade mais alta tanto a curto como a longo prazo, nesta serie observou-se uma sobrevida aceitável em 5 anos de mais de 40% em ambos grupos.
Comentário editorial:
Embora este trabalho relata somente mortalidade e outros critérios de avaliação como infarto, sangramento ou insuficiência renal pós procedimento, seriam muito úteis para uma correta medição do risco/beneficio e a consequente decisão por uma conduta. Com este resultados, parece obvio, que estes pacientes deveriam receber todas as estratégias terapêuticas disponíveis do mesmo modo que os mais jovens. A demora na tomada de decisões poderia explicar em parte, o percentual de pacientes que ingressaram com instabilidade hemodinâmica.
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