Este comentário editorial foi escrito por SOLACI.ORG e é baseado em um artigo original por Medscape, que pode ser acessado gratuitamente na parte inferior desta página
Los pacientes do COURAGE (Patients in the Clinical Outcomes Utilizing Revascularization and Aggressive Drug Evaluation) que mudaram da rama tratamento médico ótimo à revascularização dentro do ano da randomização, resultou mais provável que apresentaram angina significativa que afetava sua qualidade de vida, e também foi mais provável que estivessem insatisfeitos com o tratamento e o sistema de saúde com os quais contavam. Estes resultados foram recentemente publicados em Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes.
Não menos importante é o fato de que a mudança da rama tratamento médico ótimo à revascularização não esteve associada com um risco incrementado de morte ou infarto em comparação com os pacientes que receberam revascularização desde o início; embora tipicamente, os sintomas e a qualidade de vida foram piores no grupo tratamento médico ótimo durante esse primeiro ano.
Com essa informação o autor do artigo (Dr John Spertus) acredita que estamos em melhores condições de identificar os pacientes que, do começo, precisam de revascularização, ainda que os critérios de avaliação duros não se modifiquem. Os Intervencionistas já vimos argumentando isso há algum tempo.
O COURAGE tem sido criticado por permitir este crossover (um terço dos pacientes mudaram durante o seguimento) e possivelmente seja por isso que não são observadas diferenças nos critérios duros. Porém, provavelmente os pacientes críticos sejam aqueles que mudaram dentro do primeiro ano, estes eram os que realmente não podiam ser tratados somente com medicação, o resto poderia ser explicado pela progressão da doença. Dos 1168 pacientes randomizados a tratamento médico, “só” 16% mudou dentro do primeiro ano.
Os preditores mais importantes da revascularização precoce foram o estado de saúde e o sistema de saúde onde estavam sendo atendidos. Por exemplo, para os pacientes tratados no Canadá resultou um 37% mais provável a revascularização precoce que para aqueles tratados sob o sistema de saúde de Veteranos. Provavelmente no primeiro sistema tinham mais possibilidades de manifestar seus sintomas e deixar claro ao seu Médico que, a pesar de receber um tratamento médico ótimo, não estavam satisfeitos e continuavam se sentindo limitados.
Este trabalho não tem poder suficiente para chegar a conclusões definitivas mas parece deixar claro que no existem diferenças em critérios duros como morte ou infarto entre as duas estratégias. Porém é preciso ficar atento aos sintomas que os pacientes descrevem para poder oferecer a eles uma revascularização adequada quando o tratamento médico (algo relativamente frequente) não é suficiente.
SOLACI.ORG