Similares resultados dos stents farmacológicos com polímero degradável vs permanente.

Título original: Biodegradable Polymer Biolimus-Eluting Stent Versus Durable Polymer Everolimus-Eluting StentA Randomized, Controlled, Noninferiority Trial.NEXT trial. Referência: Masahiro Natsuaki et al. J Am CollCardiol 2013;62:181–90.

Os stents farmacológicos com polímero biodegradável foram desenhados para contra-restar os efeitos adversos a longo prazo sobre a parede vascular do polímero permanente.

Este estudo prospectivo, multicêntrico e randomizado com desenho de não inferioridade comparou o stent eluidor de biolimus com polímero biodegradável NOBORI (Terumo, Tokyo, Japan) com o stent eluidor de everolimus com polímero biocompatível permanente XIENCE/PROMUS.

O critério de avaliação primário de eficácia foi a revascularização da lesão ao ano e o de segurança um combinado de morte e infarto em 3 anos.

No total foram incluídos 3235 pacientes (1617 receberam o stent NOBORI y 1618 XIENCE/PROMUS). Realizou-se seguimento clínico de toda a população, e um seguimento angiográfico a 2103 pacientes (65%).

A revascularização da lesão no primeiro ano (critério de avaliação primário) ocorreu em 67 pacientes (4.2%) do grupo NOBORI vs 66 pacientes (4.2%) do grupo XIENCE/PROMUS (p=0.93, p para não inferioridade <0.0001).

A incidência de trombose do stent definitiva ao ano foi baixa e similar entre ambos stents (0.25% vs 0.06%, p=0.18). A perda tardia de lúmen nos pacientes nos que foi realizado seguimento angiográfico também foi similar entre ambos stents (0.03 ± 0.39 mm vs 0.06 ± 0.45;p=0.52). A única diferença foi a significativa maior incidência de fratura do stent nos pacientes que receberam NOBORI (3.1% vs 0%; p=0.004).

Conclusão: 

Os resultados clínicos e angiográficos do stent eluidor de biolimus com polímero degradável resultaram não inferiores ao stent eluidor de everolimus com polímero permanente. Ambos stents mostraram una incidência baixa de revascularização e extremadamente baixa de trombose.

Comentário editorial

A vantagem teórica do polímero degradável ao diminuir a inflamação crônica da parede vascular e portanto diminuir suas possíveis conseqüências como re estenose ou trombose provavelmente possa ser visto no longo prazo.  Por outro lado o stent eluidor de biolimus apresentou uma significativa maior incidência de fratura do stent cujas possíveis conseqüências não foram apreciadas ao ano mas deveriam ser monitoradas também num prazo mais longo.

SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...