Título original: Longitudinal outcomes After Tibioperoneal Angioplasty Alone Compared to Tibial Stenting and Atherectomy for Critical Limb ischemia. Referência: Shaun Reynolds et al. Vascular and and Endovascular Surgery 2013 47(7):507-512
A doença vascular periférica infra patelar tem se incrementado nos últimos anos, se relacionando com lesões tróficas e amputação. A estratégia terapêutica não está clara e menos ainda a utilização de stents ou outros dispositivos.
Este trabalho retrospectivo analisou uma série de 2080 pacientes maiores de 65 anos que foram hospitalizados por apresentar isquemia crítica com lesões tróficas nos quais foi realizada angioplastia infra patelar. De acordo com a estratégia utilizada foram divididos em três grupos: angioplastia com balão (56.3%), angioplastia com stent (16.2%) e angioplastia mais aterectomia rotacional (27.5%).
As características das populações estiveram bem equilibradas com a exceção de uma maior utilização de stents na população afro-americana. As complicações globais foram similares nos três grupos (balão 13.5% vs. stent 16.4% vs. aterectomía 11.7%), mas no grupo no qual foi utilizado stent foram mais frequentemente cardíacas (1.5% vs 2.1% vs. 0.5% respectivamente; p=0.03) e renais (5% vs 8% vs 2.6% respectivamente; p=0.02).
Não houve diferença na taxa de amputação entre os grupos a 30 dias, 60 dias e um ano. Os preditores de amputação foram o sexo masculino e a diabetes com complicações crônicas mas não a estratégia utilizada. Na análise de custo destas estratégias, a angioplastia com stent e a angioplastia com aterectomía resultaram obviamente mais custosas que a angioplastia com balão.
Conclusão
A angioplastia infra patelar em pacientes com isquemia crítica e lesões tróficas utilizando stents ou aterectomía não resultou superior, além de apresentar um custo mais elevado, que a angioplastia com balão somente.
Comentário
A doença infra patelar severa com lesões tróficas tem aumentado e a angioplastia com balão é a melhor opção de tratamento já que a cirurgia não demonstrou ser superior neste território além de apresentar maior morbi-mortalidade e custos. É necessário desenvolver novas técnicas para melhorar os resultados, especialmente a sobrevida livre de amputação.
Gentileza Dr Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro
Argentina
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG