Título original: Emergent cardiac surgery during transcatheter aortic valve implantation (TAVI): insight from Edwards SAPIENS Aortic Bioprótesis European Outcome (SOURCE) registry Referência: Holger Eggebrecht, et; al. Eurointervention 2013; 9online publish-ahead of print november 2013
O implante percutâneo da válvula aórtica tem crescido em forma importante desde seu aparecimento, sendo um procedimento seguro. A necessidade de cirurgia cardíaca de urgência é muito infrequente, sendo sus causas e impacto ainda pouco conhecidas.
Foram analisados 2307 pacientes do SOURCE Registry, dos quais 27 (1.2%) precisaram de cirurgia de urgência. A maioria destes foram mulheres e o acesso mais frequentes foi o trans apical (16/59%), não houve diferença em outros pontos com o resto da população.
A causa mais frequente foi a embolização/migração (9/33%) seguida de lesões aórticas como dissecação e perfuração (7/26%). Outras causas foram o rompimento do anel aórtico (3/11%), insuficiência valvular percutânea severa (3/11), tamponamento cardíaco (2/7%), sangramento do acesso apical (1/4%), obstrução coronária (1/4%) e falha no processo de liberação (1/4%).
A mortalidade imediata (dentro das 72 h, VARC-2) ocorreu em 10 pacientes (37%) e a 30 dias em 51.9% comparado com 7.6% no resto da população. A mortalidade logo do primeiro mês atingiu 70%. A morte associou-se à causa que motivou a cirurgia, desta maneira faleceram os 3 pacientes que apresentaram rompimento do anel aórtico, os 2 pacientes com tamponamento cardíaco severo, 7 com migração/ embolia e 4 que apresentaram lesões aórticas.
A causa mais frequente de morte logo da cirurgia foi o baixo volume minuto/choque cardiogênico, seguido pela falha multiorgânica, o sangramento e o stroke.
Conclusão
A taxa de cirurgia de urgência é baixa, com uma mortalidade a 30 dias de 52%. As complicações dramáticas agudas (rompimento do anel ou lesão aórtica) têm uma alta mortalidade. A prevenção das complicações que requerem cirurgia de urgência são importantes, desta forma dispositivos menos traumáticos e mais flexíveis reduziriam o risco de injuria aórtica e migração, sendo estas as duas causas mais frequentes.
Comentário
O TAVI tem demonstrado ser eficaz e seguro, sendo a necessidade de cirurgia muito infrequente (entre 0.1% e 1.2%), mas tendo um impacto fortemente negativo na evolução a curto prazo. É fundamental contar com um operador com muita experiência e do Heart Team na hora de indicar e realizar estas intervenções. Seguramente, com o desenvolvimento de novas e melhores válvulas diminuirá a necessidade de cirurgia de urgência.
Gentileza do Dr Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro – Argentina
Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG