Título original: Clinical Outcomes after Hybrid Coronary Revascularization versus Coronary Artery Bypass Surgery: A Meta-Analysis of 1,190 Patients. Referência: Ralf E. Harskamp et al. American Heart Journal (2014), epub ahead of print.
A revascularização híbrida combina a permeabilidade a longo prazo da artéria mamaria conectada à descendente anterior com a qualidade minimamente invasiva dos stents farmacológicos ao resto das lesões. Em teoria isto levaria a uma recuperação mais rápida e a uma melhor permanência hospitalar evitando utilizar pontes venosas que apresentam uma permeabilidade reduzida quando são comparadas com os novos stents farmacológicos.
Esta meta análise incluiu 6 trabalhos com 1190 pacientes que compararam a revascularização híbrida com a cirurgia convencional. Do total 366 (30.8%) receberam revascularização híbrida (185 em etapas e 181 no mesmo procedimento) e 824 (69.2%) receberam cirurgia convencional (786 sem bomba de circulação extracorpórea e 38 com bomba).
Os regimes de anti agregação e anti coagulação variaram bastante entre os diferentes estudos mais nenhum reportou o uso do inibidores da glicoproteína ou bivalirudina.
O combinado de morte, infarto, stroke e nova revascularização no período intra hospitalar foi similar entre ambas estratégias (revascularização híbrida 1.4% vs 2.9% para cirurgia convencional; p=0.33). Diferenciaram-se, sim, em uma menor permanência hospitalar e uma menor permanência em áreas críticas em favor da revascularização hibrida.
Em um ano o desfecho combinado também não resultou diferente (4.1% vs 9.1%; p=0.13), sem embargo, ao considerar cada componente em separado, a revascularização resultou mais frequente no grupo híbrido.
A maior revascularização repetida incluiu tanto a artéria descendente anterior como as lesões tratadas com stents e a outras lesões não tratadas que progrediram com o tempo.
Conclusão
Nesta meta análise de pacientes com doença coronária de múltiplos vasos a revascularização híbrida esteve associada com uma taxa similar de morte, infarto e stroke tanto durante a hospitalização como no seguimento a um ano comparado com a cirurgia convencional. Observou-se, sim, uma maior taxa de revascularização repetida com a estratégia híbrida e isto foi não teve relação com o procedimento ter sido realizado em um só tempo ou em etapas.
Comentário editorial
Este estudo é a primeira meta análise sobre revascularização híbrida e seus achados suportam a recomendação atual dos guias (recomendação IIa/IIb nível de evidência B). A maior vantagem sem dúvidas resulta da técnica ser menor invasiva, embora o custo disso poderia ser menor qualidade na anastomose da artéria mamária à descendente anterior, motivo pelo qual sugere-se testar a anastomose antes de começar com a angioplastia.
A maioria dos defeitos encontrados na anastomose mamária/descendente anterior resultaram assintomáticos e foram observados no contexto de um seguimento angiográfico de rotina que nõo foi realizado nos pacientes que receberam cirurgia convencional.
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