Este trabalho analisou em forma retrospectiva os resultados de 2.243.209 angioplastias coronárias com stent realizadas nos Estados Unidos entre 2005 e 2009. Durante este período, observou-se uma diminuição na quantidade de angioplastias (a tendência foi também a nível mundial) passando de uma média de 53 nos anos prévios a 33 a quantidade de angioplastias por operador por ano e de 1.024 a 693 a quantidade de angioplastias coronárias por hospital por ano.
O end point primário foi a mortalidade hospitalar e o secundário um combinado de mortalidade hospitalar e complicações peri procedimento. A mortalidade intrahospitalar global foi de 1.08% e as complicações peri procedimento de 7.10%.
À cabeça das complicações estiveram as vasculares com 2.01%, seguidas das complicações cardíacas com 1.76%, a insuficiência respiratória com 1.50% e os acidentes vasculares cerebrais pós procedimento com 0.99%.
Logo de ajustar por todos os possíveis fatores de confusão, observou-se que tanto a mortalidade hospitalar como as complicações peri procedimento aumentaram significativamente de acordo al menor volume de procedimentos dos operadores.
A chance de morte ou complicações duplica-se entre aqueles operadores com ≤15 angioplastias anuais comparados com aqueles com >100 angioplastias anuais (10.1% vs 5.1% respectivamente; p<0.001).
O volume dos operadores também diminui a estada hospitalar e os custos associados. Na análise inicial observou-se uma relação similar entre os resultados e o volume do centro, sem embargo, ao realizar o ajuste pelo volume dos operadores a diferença não resultou significativa.
Conclusão
A mortalidade intrahospitalar no contexto de uma angioplastia coronária é baixa. Quanto maior o número de angioplastias coronárias por operador menor resulta a mortalidade, as complicações, a estada hospitalar e os custos.
Comentário editorial
Há um número mágico a partir do qual um operador é competente? A última publicação em conjunto de ACCF/AHA/SCAI em 2013 recomendou um mínimo de 50 angioplastias coronárias ao ano por operador e 200 por centro E isto é uma modificação do documento prévio que recomendava 75 por operador. El cambio foi lógico dada a tendência ao menor número de procedimentos.
O estudo mostrou que um importante número de operadores não atingiu as 50 angioplastias anuais o que poderia ser um problema para as angioplastias do futuro se continua a tendência mundial em baixa no contexto de que a relação entre resultados e volume é clara.
Título original: Impact of annual operator and institutional volume on percutaneous coronary intervention outcomes: a 5-year United States experience (2005-2009).
Referência: Badheka AO et al. Circulation. 2014; Epub ahead of print.
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