Dado que a resposta aos antiagregantes tem uma vasta variabilidade de indivíduo para indivíduo, medir o efeito com a consecutiva terapia sob medida poderia ser útil. O estudo Artic testou o superioridade do acompanhamento da resposta de dois antiplaquetários em comparação com a terapia convencional pós-implantação de um stent medicamentoso.
Foram incluídos 2.466 pacientes com doença coronariana estável ou síndrome coronária aguda sem elevação do segmento ST. Foram realizados testes de função plaquetária no momento da angioplastia (PCI) e 2-4 semanas depois. No caso da resistência à aspirina (AAS) foi administrada um dose extra de 500 mg antes de angioplastia e, caso se mantivesse após duas semanas, a dose de manutenção era duplicada. Para os resistentes ao clopidogrel foi administrada uma dose extra de 600 mg além de inibidores da glicoproteína IIbIIIa ou prasugrel. Caso a resistência permanecesse, era dobrada a dose ou se mudava para prasugrel.
O desfecho primário foi morte, infarto, trombose do stent, revascularização urgente ou acidente vascular cerebral. Após um ano de acompanhamento não houve diferenças no desfecho combinado ou em cada ponto separado da terapia ajustada em contraste com a padrão (34,6% em contraste com 31,1% p=0,096, respectivamente). A hemorragia tampouco foi diferente entre os dois grupos (3,1% em contraste com 4,5% p=0,08, respectivamente).
Conclusão: Não existe suficiente evidência para monitorar a função plaquetária de acordo com o estudo ARTIC.
Comentário editorial: monitorar a função plaquetária embora fisiopatologicamente pareça interessante não demonstrou utilidade clínica nesse estudo ou em outros anteriores. A resistência ao clopidogrel que prevê eventos parece ser um fator de risco não modificável.
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Gilles Montalescot
2012-11-04
Título original: A Randomized Trial of Bedside Platelet Function Monitoring to Adjust Antiplatelet Therapy Versus Standard of Care in Patients Undergoing Drug Eluting Stent Implantation. The Artic Study.