Introdução: A artéria poplítea é um vaso considerado desfavorável para a implantação de um stent, devido às forças exercidas na fossa poplítea durante a flexão do membro, o que pode quebrar as hastes do stent e comprometer o resultado em longo prazo. Até agora, o uso de stents em lesões poplíteas não foi comparado com a angioplastia com balão. O estudo ETAP é o primeiro estudo em seres humanos ou FIM (primeiro no homem, na sigla em inglês) que compara o implante de stent com nitinol (Lifestent ®) com a angioplastia com balão.
Métodos e Resultados: 246 pacientes foram incluídos em nove centros europeus, sendo randomizados 1:1. O objetivo primário foi a taxa de reestenose, após um ano de acompanhamento. Objetivos secundários foram reestenoses após 6, 12 e 24 meses, permeabilidade primária das artérias bem como reintervenção da lesão tratada. O comprimento médio das lesões foi de 44 mm, com 33% de oclusões. Depois de 12 meses, a permeabilidade observada foi de 44,9% no grupo angioplastia em contraste com 67,4% com o implante de stent (p<0,05). foi observada uma taxa menor de reintervenção após 12 meses com o implante de stent (15,4 em contraste com 50,4 %, p=0,0001). A taxa de ruptura do stent após um ano foi de 3,4%.
Conclusão: A ruptura do stent em lesões poplíteas não é evento frequente com o uso de stent modernos de nitinol e não invalida o uso do stent para este tipo de lesão. O implante de um stent foi superior à angioplastia convencional para o tratamento de lesões poplíteas. Estudos futuros deverão examinar o papel do implante de stent na atual era da droga com balão liberador.
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Thomas Zeller
2012-10-24
Título original: Endovascular Treatment of Atherosclerotic Popliteal Artery Lesions – Balloon Angioplasty versus primary Stenting: A prospective, multi-centre, randomised study ETAP