TOPCAT: Espironolactona em insuficiência cardíaca com fração de ejeção conservada

O bloqueio da aldosterona tem demonstrado benefícios no tratamento da insuficiência cardíaca com disfunção sistólica pós infarto. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da espironolactona nos pacientes com fração de ejeção conservada.

Foi um estudo multicêntrico e randomizado que incluiu 1722 pacientes no grupo espironolactona e 1723 no grupo placebo. Todos apresentavam insuficiência cardíaca sintomática e fração de ejeção superior a 45%.

Em um seguimento médio a 3.3 anos, a espironolactona não mostrou benefício na redução do critério de avaliação primário combinado (HR=0.89; IC 95% 0.77-1.04; P=0.14). A espironolactona sim reduziu o número de novas hospitalizações por insuficiência cardíaca (HR=0,89; IC 95% 0,63-0,89; p=0.04). No grupo espironolactona foi observado deterioro da função renal e hipercalcemia, sem que isso aumentasse a incidência de diálises.

Conclusão:

A espironolactona na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada mostrou benefícios somente em termos de novas internações por insuficiência cardíaca a custa de um maior risco de deterioro da função renal e hipercalcemia.

6_marc_pfeffer
Marc A. Pfeffer
2013-11-18

Título original: Treatment of Preserved Cardiac Function Heart Failure with an Aldosterone Antagonist

Mais artigos deste autor

VISTA 16: Agente anti inflamatório nas síndromes coronárias agudas

Existe evidência de que a inflamação teria um impacto no prognóstico dos pacientes cursando uma síndrome coronária aguda. O inibidor da fosfolipase A2 Varespladib...

Plástica vs substituição da válvula mitral em insuficiência mitral isquêmica

Diferentemente da insuficiência mitral degenerativa, a insuficiência isquêmica acontece devido a um aumento da cavidade do ventrículo esquerdo, a perda de seu formato elíptico,...

MINERVA Trial: DDDR vs DDDRP-MVP em pacientes com bradicardia

A doença do nódulo sinusal corresponde aproximadamente a 50% dos implantes de marca-passos. A fibrilação atrial é uma comorbidade frequente ao marca-passos e está...

ROSE HF: Dopamina e Nesiritide em Insuficiência cardíaca associada a disfunção renal

Pequenos estudos prévios sugeriram que doses baixas de dopamina ou nesiritide podem melhorar os sinais congestivos da insuficiência cardíaca aguda sem alterar a função...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Evolução das válvulas balão-expansíveis pequenas

Os anéis aórticos pequenos (20 mm) têm se constituído em um verdadeiro desafio, tanto em contexto de cirurgia como em implante percutâneo da valva...

TCT 2024 | Estenose aórtica severa assintomática, que conduta devemos adotar?

Aproximadamente 3% da população com mais de 65 anos apresenta estenose aórtica. Os guias atuais recomendam a substituição valvar aórtica em pacientes com sintomas...

TCT 2024 | FAVOR III EUROPA

O estudo FAVOR III EUROPA, um ensaio randomizado, incluiu 2000 pacientes com síndrome coronariana crônica ou síndrome coronariana aguda estabilizada e lesões intermediárias. 1008...