Título original: Comparison of Immediate With Delayed Stenting Using the Minimalist Immediate Mechanical Intervention Approach in Acute ST-Segment–Elevation Myocardial Infarction. The MIMI Study. Referência: Loic Belle et al. Circ Cardiovasc Interv. 2016 Mar;9(3).
O implante diferido de stent após a normalização do fluxo epicárdico tem o objetivo de reduzir as probabilidades de embolização distal e, dessa forma, melhorar a reperfusão no contexto da angioplastia primária.
Este trabalho foi desenhado para comparar a técnica minimalista de stent diferido (entre 24 e 48 horas) vs. stent imediato em pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio que recebem angioplastia primária.
Foram incluídos 140 pacientes cursando um infarto agudo do miocárdio com ≤ 12 horas de evolução, randomizados a stent imediato (n = 73) vs. stent diferido (n = 67) depois de conseguir fluxo TIMI III mediante tromboaspiração.
Os pacientes do grupo stent diferido foram submetidos a um segundo procedimento para implantar o stent em uma média de 36 horas após a randomização (intervalo 29-46h).
O desfecho primário foi a obstrução microvascular por ressonância magnética 5 dias após o primeiro procedimento.
Observou-se uma tendência não significativa a menor obstrução microvascular no grupo de stent imediato comparado com stent diferido (1,88% vs. 3,96%; p = 0,051). Esta tendência se tornou significativa depois do ajuste pela área de risco (p = 0,049).
O tamanho médio do infarto e a fração de ejeção foram similares entre os dois grupos. Não foram observadas diferenças em eventos cardiovasculares maiores até o seguimento de 6 meses.
Conclusão
O resultado deste trabalho não apoia a estratégia de stent diferido em pacientes que recebem angioplastia primária e inclusive sugere que poderia ter um efeito deletério.