A Pós-dilatação no TAVI é segura

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Inúmeros estudos demonstraram que a presença de regurgitação aórtica após o TAVI se associa a uma pior evolução, sendo a pós-dilatação uma estratégia adequada para resolver dito problema. Contudo, em alguns relatórios de casos onde foram usadas válvulas de primeira geração, essa estratégia se relacionou com complicações como AVC, ruptura do anel e deslocamento da válvula (entre outras).

Diálisis post TAVI, una complicación grave que se hace menos frecuenteForam analisados 1.616 pacientes dos estudos PARTNER 2 e SAPIENS 3 e em 208 deles (12,5%) realizou-se pós-dilatação (PD).

 

As características dos grupos foram similares, salvo pelo fato de aqueles que receberam PD terem apresentado um STS mais alto (7,2 vs. 6,4; p = 0,0008), uma menor capacidade pulmonar, histórico de imunossupressão, fibrilação atrial e anel valvar mais excêntrico. Além disso, utilizou-se menor “oversizing” e houve maior calcificação subvalvar, ainda que sem diferenças na calcificação no nível do anel.


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Após o implante a PD proporcionou uma maior área aórtica (1,72 ± 0,41 cm2 vs. 1,66 ± 0,37 cm2; p = 0,04). Embora o procedimento não tenha gerado “mismatch” ou regurgitação transvalvar, constatou-se maior regurgitação paravalvar.

Em 30 dias de seguimento não houve diferenças em morte ou AVC.

 

Em um ano não houve diferenças em mortalidade, mortalidade cardíaca, AVC ou reintervenções, mas sim maior presença de AVC menor e reintervenções percutâneas na valva aórtica.


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Os preditores de necessidade de PD foram o uso de imunossupressores, a calcificação subanular moderada a severa e o “oversizing” utilizando a elipticidade da valva.

 

Conclusão

A PD é mais frequentemente utilizada nos pacientes com baixo “oversizing” e grande presença de cálcio. A PD não se associou a complicações relacionadas ao procedimento ou um incremento de eventos de morte e re-hospitalização em um ano de seguimento.

 

Comentário

Esta análise dos dois grandes estudos nos demonstra que a PD é factível e segura e que melhora a evolução dos pacientes já que diminui a presença de regurgitação severa.

 

É importante levar em conta a calcificação e o “oversizing” para tentar diminuir a regurgitação paravalvar e reduzir a necessidade de PD.

 

Embora não tenha havido mais AVC maior, sim houve um índice elevado de AVC menor e, seguramente, mais microembolias nos pacientes que receberam PD. Em tal sentido, possivelmente a utilização dos sistemas de proteção cerebral seja útil.

 

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

 

Título Original: The Effect of Post-Dilatation on Outcomes in the PARTNER 2 SAPIEN 3 Registry.

Referência: Rebecca T. Hahn, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:1710–8.


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