Valve-in-Valve com a prótese autoexpansível: o que ocorre com os gradientes após um ano?

As biopróteses cirúrgicas degeneradas podem ser tratadas com sucesso com a CoreValve ou a CoreValve Evolut com a técnica “valve-in-valve”. Os resultados clínicos e hemodinâmicos após um ano são excelentes e foram alcançados em uma população não selecionada da prática clínica habitual, isto é, do “mundo real”.

valve in valve

O registro VIVA (Valve-in-Valve), realizado em 23 centros, foi um estudo prospectivo desenhado para coletar sistematicamente os dados dos pacientes que recebiam TAVI no contexto de uma prótese cirúrgica degenerada.

Em total foram incluídos 202 pacientes com próteses cirúrgicas degeneradas elegíveis para tratamento eletivo com CoreValve ou CoreValve Evolut R.


Leia também: A aspirina em prevenção primária: outra “tendência na moda” nas publicações.


A idade média dos pacientes foi de 79,9 anos com um risco por escore de STS de 6,6%.

Embora 41,8% dos pacientes tivessem biopróteses cirúrgicas com medidas ≤ 21 mm, os parâmetros hemodinâmicos da válvula melhoraram significativamente em comparação com o estado basal (gradiente médio basal 35 ± 16,3 mmHg vs. 17,5 ± 8,6 mmHg no momento da alta). Após um ano, a insuficiência aórtica maior a leve foi de apenas 1,1%.

Os eventos clínicos após 30 dias mostraram uma baixa mortalidade (2,5%), nenhum AVC incapacitante, 0,5% de injúria renal aguda e 8% de taxa de marca-passos definitivos.

Após um ano a mortalidade continuou sendo baixa (8,8%) com somente um AVC incapacitante no período (0,6%).


Leia também: A presença de hipertensão pulmonar não deve contraindicar o TAVI.


2,5% dos pacientes (n = 5) apresentaram como complicação oclusão coronariana (uma das complicações mais temidas do “valve-in-valve”. Em 3 destes 5 casos, a complicação ocorreu durante a liberação, um imediatamente depois e somente um ocorreu vários meses depois do procedimento.

Conclusão

As válvulas cirúrgicas com degeneração podem ser tratadas com segurança com a prótese autoexpansível que mais evidência tem no mercado, com excelentes resultados após um ano, tanto clínicos quanto hemodinâmicos, nesta população não selecionada do mundo real.

Título orginal: TAVR for Failed Surgical Aortic Bioprostheses Using aSelf-Expanding Device 1-Year Results From the Prospective VIVA Postmarket Study.

Referência: Didier Tchétché et al.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...