O Dr. Seung Hun e colaboradores publicarão nos próximos dias no J Am Coll Cardiol Intv 2019 um estudo que não só responde à pergunta enunciada no título, mas também nos traz tranquilidade em relação às decisões que tomamos com base em uma outra medição.
Este trabalho avaliou as características fisiológicas das lesões com resultados discordantes entre o índice no período livre de ondas (iFR) e o fluxo fracionado de reserva (FFR) e seu eventual impacto no prognóstico em 5 anos.
Tanto o iFR como o FFR são métodos padrão para avaliar a significância funcional das lesões coronarianas. No entanto, pouco se escreveu a respeito de como devemos agir quando os resultados não são coincidentes e sobre o impacto clínico de tomar decisões com um ou outro método.
Este trabalho avaliou 840 vasos em 596 pacientes classificados de acordo com o iFR e o FFR em alto iFR e alto FFR (n = 580), baixo iFR e alto FFR (n = 40), alto iFR e baixo FFR (n = 69) e baixo iFR com baixo FFR (n = 128). Os pacientes foram comparados com um grupo controle.
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Foram medidas e observadas as diferenças com outros métodos como a reserva de fluxo coronariano (CFR), o índice de resistência da microcirculação (IMR) e a razão de reserva da resistência (RRR) que reflete a capacidade de vasodilatação da microcirculação coronariana.
Os pacientes foram seguidos por 5 anos, tendo sido registrada a morte por qualquer causa, qualquer infarto e qualquer revascularização em comparação com os pacientes que foram revascularizados vs. os que foram diferidos.
No grupo com baixo iFR e alto FFR todas as demais medições (CFR, RRR e IMR) foram similares às do grupo com baixo iFR e baixo FFR. No grupo com alto iFR e baixo FFR o resto dos parâmetros foram similares aos do grupo controle.
Quando se classifica pelo iFR e pelo FFR, nos 4 grupos o CFR e o RRR são significativamente diferentes, mas não o IMR.
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Tal discordância entre o iFR e o FFR não afetou os desfechos clínicos.
Somente quando se compara o grupo com baixo iFR e baixo FFR contra o grupo de alto iFR e alto FFR são observadas diferenças significativas nos desfechos (p = 0,018).
Conclusão
Foram observadas diferenças na função coronariana, especialmente na capacidade de vasodilatação, entre os pacientes com iFR e FFR discordantes. No entanto, tal discordância não impactou nos resultados clínicos em 5 anos.
Título original: Physiologic Characteristics and Clinical Outcomes of Patients With Discordance Between FFR and iFR.
Referência: Seung Hun Lee et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019, article in press.
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