A angioplastia alcança reduções do volume isquêmico muito mais significativas quando a doença é focal do que quando é difusa. No entanto, não se observaram diferenças nos sintomas entre os tipos de manifestação de doença coronariana.
Fazer um pullback com o guia de pressão pode diferenciar a doença coronariana focal da doença difusa, embora a relevância clínica de dita diferenciação não esteja realmente estudada.
Utilizando a base de dados do estudo ORBITA testou-se a efetividade da angioplastia coronariana em comparação com o placebo nos padrões de doença (focal vs. difusa). Observou-se o impacto desses padrões nos resultados dos testes evocadores de isquemia (ecocardiograma sob estresse) e nos sintomas.
Cento e sessenta e quatro pacientes do ORBITA foram avaliados de maneira cega com um pullback utilizando iFR antes da randomização. A doença focal foi definida como uma queda do iFR > 0,03 dentro de 15 mm. Distâncias maiores foram definidas como doença difusa.
Dos 85 pacientes do braço do ORBITA que foram submetidos a angioplastia, 48 apresentaram lesões focais e 37 mostraram doença difusa. No braço placebo (n = 79) 35 tinham doenças focais e 44 exibiam doença difusa.
As estenoses focais se associaram com medições significativamente mais baixas de FFR e iFR que aqueles com padrão difuso (FFR e iFR médio focal 0,60 ± 0,15 e 0,65 ± 0,24; difusa 0,78 ± 0,10 e 0,88 ± 0,08, respectivamente; p < 0,0001).
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A angioplastia revelou uma redução muito mais significativa da isquemia objetivada por ecocardiograma sob estresse quando os pacientes mostraram um padrão focal comparado com o padrão difuso (p < 0,05).
A angioplastia não exibiu uma variação significativa no tempo de exercício pré e pós-randomização. Isso continuou sendo válido ao estratificar os pacientes segundo o padrão de doença.
A angioplastia superou o placebo quando foi utilizado o questionário de angina de Seattle tanto em frequência quanto em liberdade de sintomas. No entanto, essas diferenças continuaram sendo válidas e similares ao estratificar os pacientes por doença focal e difusa.
Conclusão
A angioplastia alcança reduções muito maiores do volume isquêmico quando a doença coronariana é focal em comparação com o padrão difuso. Não se observaram diferenças entre os dois padrões ao analisar os sintomas.
CIRCINTERVENTIONS-120-009891Título original: Placebo-Controlled Efficacy of Percutaneous Coronary Intervention for Focal and Diffuse Patterns of Stable Coronary Artery Disease.
Referência: Christopher A Rajkumar et al. Circ Cardiovasc Interv. 2021 Aug 3;CIRCINTERVENTIONS120009891. Online ahead of print. doi: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009891.
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