EuroPCR 2022 | Galileo Trial: Preditores de mortalidade após o implante bem-sucedido do TAVI

Os pacientes que são submetidos a TAVI são, em sua grande maioria, idosos e frágeis, possuem comorbidades cardiovasculares e não cardiovasculares. Portanto, são suscetíveis de apresentar eventos tromboembólicos e sangramento. 

Galileo Trial: Predictores de mortalidad luego del implante exitoso del TAVI

Foi feita uma análise do estudo Galileo sobre os preditores de mortalidade após o implante bem-sucedido. 

A mortalidade em 248 dias foi de 9,2%, sendo de 5,5% por causas cardiovasculares e de 3,9% por causas não cardiovasculares. 

Os preditores de mortalidade foram a idade > 85 anos, sexo masculino, hemoglobina < 10 g/dL, DPOC, doença vascular periférica, eGFR < 45 ml/min/1,73m2 e classe funcional III-IV.

A presença de eventos tromboembólicos foi de 8,5%, com um tempo de ocorrência do primeiro evento em 151 dias, sendo mais frequente o AVC seguido de infarto e – com menor frequência – a trombose valvar sintomática, TVP, embolia pulmonar e embolia sistêmica. 

O sangramento (de acordo com a classificação BARC) foi de 18,2%, com um tempo médio de ocorrência do primeiro sangramento de 66 dias, sendo o mais frequente o BARC 3, seguido do 2, e com menor frequência o 1 e o 5.

A mortalidade após um evento tromboembólico – segundo a curva de Kaplan Meier – se relacionou em 54,4% com um tempo de ocorrência de 36 dias entre o evento e a morte. 

Leia também: EuroPCR 2022 | ASTRO TAVI: devemos realizar neurointervenção no AVC pós-TAVI?

Após um sangramento BARC 2 ou 3, a morte foi de 17%, segundo a curva de Kaplan Meier, com um tempo entre o sangramento e a morte de 178 dias. 

Os sangramentos BARC 2, 3 e 5 se relacionaram com mortalidade. 

Os autores concluem que certas variáveis clínicas se relacionam com mortalidade e que os eventos tromboembólicos são menos frequentes que os sangramentos, embora ambos se relacionem com mortalidade (geralmente no período de um ano). Além disso, coincidem no sentido de o balanço entre eventos de sangramento e tromboembolismo após um TAVI bem-sucedido continuar sendo um desafio. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Estudo TRI-SPA: Tratamento borda a borda da valva tricúspide

A insuficiência tricúspide (IT) é uma doença associada a alta morbimortalidade. A cirurgia é, atualmente, o tratamento recomendado, embora apresente uma elevada taxa de...

Estudo ACCESS-TAVI: Comparação de dispositivos de oclusão vascular após o TAVI

O implante transcatéter da valva aórtica (TAVI) é uma opção de tratamento bem estabelecida para pacientes idosos com estenose valvar aórtica severa e sintomática....

Doença coronariana em estenose aórtica: dados de centros espanhóis em cirurgia combinada vs. TAVI + angioplastia

O implante valvar percutâneo (TAVI) demonstrou em múltiplos estudos randomizados uma eficácia comparável ou superior à da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). No entanto,...

TCT 2024 – EVOLVED trial: Devemos intervir mais precocemente nos pacientes com estenose aórtica severa assintomática e fibrose miocárdica?

Na atualidade a indicação de substituição valvar aórtica em pacientes com estenose aórtica severa (EAo) sintomática é reconhecida pelos guias clínicos como uma recomendação...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Estudo TRI-SPA: Tratamento borda a borda da valva tricúspide

A insuficiência tricúspide (IT) é uma doença associada a alta morbimortalidade. A cirurgia é, atualmente, o tratamento recomendado, embora apresente uma elevada taxa de...

Estudo ACCESS-TAVI: Comparação de dispositivos de oclusão vascular após o TAVI

O implante transcatéter da valva aórtica (TAVI) é uma opção de tratamento bem estabelecida para pacientes idosos com estenose valvar aórtica severa e sintomática....

Tratamento endovascular da doença iliofemoral para melhorar a insuficiência cardíaca com FEJ preservada

A doença arterial periférica (EAP) é um fator de risco relevante no desenvolvimento de doenças de difícil tratamento, como a insuficiência cardíaca com fração...