O índice de sucesso das angioplastias em oclusões totais crônicas (CTO), segundo alguns registros, está abaixo de 80%. As revascularizações malsucedidas podem levar a uma deterioração da qualidade de vida e a uma menor sobrevida. A partir dessa premissa, tem-se tentado desenvolver melhoras técnicas e da tecnologia para tentar aumentar o sucesso da angioplastia. Em aproximadamente 20% das angioplastias de CTO se realiza um segundo procedimento no seguimento posterior (planejamento pós-falha).
Neste estudo se realizou uma modificação da placa da CTO, o que se conhece como Investment Technique, que consiste na dilatação intencional a partir do cap proximal ao distal com um balão, em pacientes com angioplastia de CTO malsucedida, com o objetivo de facilitar um novo procedimento no futuro.
O objetivo foi comprovar se os balões com fármacos (DCB) poderiam simplificar o procedimento a futuro, reduzir eventos adversos e melhorar o índice de sucesso em comparação com os balões convencionais.
O estudo foi randomizado, multicêntrico, sobre 371 pacientes com CTO, sendo que em 44 pacientes a angioplastia inicial foi malsucedida (randomizaram 22 pacientes a DCB e 22 a balão convencional). O desfecho primário foi o sucesso do procedimento durante o segundo procedimento realizado 3 meses depois. Os desfechos secundários foram a duração do procedimento, a complexidade do mesmo, efeitos adversos no seguimento de um ano e mudanças na qualidade de vida.
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Com o uso do DCB observou-se um aumento do sucesso do segundo procedimento (desfecho primário) significativo (90% vs. 81,8%), redução do tempo de procedimento (33 vs. 60 minutos), menor quantidade de contraste administrado (170 vs. 334 ml), redução da radiação (1,7 vs. 3,2 Gy). A combinação de MACE em um ano mais nefropatia induzida por contraste foi melhor com o uso de DCB.
Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Fonte: Presentado por Amat-Santos, I. en EuroPCR 2022, París, Francia.
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