A fibrilação atrial é comum em pessoas de idade avançada e está associado com um maior risco de AVC isquêmico. A oclusão do apêndice atrial esquerdo (LAAO) é uma estratégia válida, especialmente nos pacientes com alto risco de sangramento.
A presença de regurgitação pós-implante (PDL) está vinculada com acidentes cerebrovasculares, embora algumas análises, como o estudo PROTEC-AF, sugerem que quando dita regurgitação é inferior a 5 mm, avaliada mediante eco-Doppler transesofágico, não está relacionada com eventos adversos.
Foram examinados 519 pacientes submetidos a LAAO com WATCHMAN 2,5. Todos os pacientes foram submetidos a angiotomografia 3 meses após a realização do procedimento com o objetivo de detectar regurgitação. Dentre eles, 271 não mostraram PDL, ao passo que 248 apresentaram algum grau de PDL.
A regurgitação pós-implante foi classificada como leve (> 0 a ≤ 3 mm), moderada (> 3 a ≤ 5 mm) e severa (> 5 mm).
Não houve diferenças significativas entre os grupos; a idade média foi de 70 anos, 53% da população estava constituída por homens, 46% apresentava fibrilação atrial, 76% tinha hipertensão, 25% diabete, 45% doença coronariana e 50% insuficiência cardíaca. A fração de ejeção foi de 62% e o diâmetro do átrio esquerdo foi de 42 mm.
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O escore CHA2DS2-VASc foi de 3,7 ± 1,5 e o escore HAS-BLED foi de 2,1 ± 0,9.
Após 6 anos de seguimento, a presença de PDL se associou a um aumento no risco de AVC/TIA (6,5% vs. 1,8%; log-rank p = 0,005), mortalidade por qualquer causa (3,6% vs. 1,1%; log-rank p = 0,048) e eventos maiores (11,3% vs. 3,3%; log-rank p < 0,001) em comparação com os pacientes sem PDL.
A presença de PDL severo se associou com AVC incapacitante ou fatal, mas não assim o PDL leve ou moderado (22,2% vs. 0,6%; p < 0,001).
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Foi feita uma análise entre os pacientes que não apresentaram PDL e o grau de PDL; a ausência do mesmo se associou a uma menor incidência de AVC/TIA, morte cardiovascular e eventos maiores.
A idade e a interrupção da terapia antiplaquetária em 6 meses foram preditores independentes de acidente vascular cerebral, TIA e eventos maiores.
Conclusão
A perviedade do apêndice atrial esquerdo, avaliada mediante angiotomografia 3 meses após a realização da LAAO, associou-se com uma evolução desfavorável em pacientes com fibrilação atrial após o implante do dispositivo WATCHMAN 2,5.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Título Original: Prognostic Impact of Left Atrial Appendage Patency After Device Closure.
Referência: Mu Chen , et al. Circ Cardiovasc Interv. 2024;17:e013579. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.123.013579.
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