Estudos prévios indicam que até 50% dos pacientes com síndrome coronariana aguda sem elevação do ST (SCASEST) têm mais de 70 anos, havendo um grupo de 85 anos ou mais no qual a realização de uma angiografia se limita a 14%. A partir de ditas estatísticas a equipe de pesquisa da British Heart Foundation levou a cabo este estudo.
Foram incluídos pacientes de 75 anos ou mais, designados a um grupo com estratégia invasiva ou a outro com estratégia conservadora. Em todos os casos foi avaliada a fragilidade, o estado cognitivo e as comorbidades tanto no início quanto durante o seguimento.
Compilaram-se dados de 1518 pacientes, dentre os quais 45% eram mulheres, 72% tinham mais de 80 anos, 80% foram classificados como pré-frágeis ou frágeis, 60% obtiveram um escore inferior a 26 no teste cognitivo de Montreal e o índice de Charlson de comorbidade foi de 5 em média.
O desfecho primário, que incluiu morte cardiovascular ou infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal, não mostrou diferenças significativas entre os dois grupos (HR 0,94; IC de 95%: 0,77-1,14; p = 0,53). Ao analisar os componentes individuais, não foram observadas diferenças em termos de mortalidade cardiovascular. Constatou-se, no entanto, uma redução significativa na incidência de IAM não fatal a favor da estratégia invasiva após um seguimento médio de 4 anos (HR 0,75; IC de 95%: 0,57-0,99). Também foi observado um benefício considerável no que se refere à redução da necessidade de nova revascularização (HR 0,26; IC de 95%: 0,17-0,39).
Em pacientes de idade avançada com SCASEST tipo 1, a estratégia invasiva foi segura, embora não tenha reduzido significativamente o desfecho combinado de morte cardiovascular e IAM não fatal em comparação com a estratégia conservadora. Observou-se, no entanto, uma menor incidência de IAM não fatal e de necessidade de nova revascularização.
Apresentado por Vijay Kunadian nas Hot-Line Sessions, ESC Congress 2024, 30 agosto-2 de setembro, Londres, Inglaterra.
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