BHF PROTECT-TAVI (Kharbanda RK, Kennedy J, Dodd M, et al.)
O maior ensaio randomizado feito em 33 centros do Reino Unido entre 2020 e 2024 avaliou 7635 pacientes (idade média: 81,2 anos; 38,7% de participação de mulheres) com estenose aórtica submetidos a TAVI com ou sem o dispositivo de proteção embólica cerebral (CEP) SENTINEL. Não foram observadas diferenças na incidência de AVC às 72 horas entre os dois grupos (2,1% vs. 2,2%), nem em mortalidade, AVC incapacitante ou eventos adversos. Perante ditos resultados, o recrutamento foi detido antes do previsto. O estudo concluiu que o uso rotineiro de CEP durante o TAVI não traz benefícios, embora futuras pesquisas possam identificar subgrupos que sim se beneficiem de novas gerações de dispositivos.

ALIGN-AR (Yasser Jamil, et al.):
Ensaio multicêntrico realizado nos EUA entre 2018 e 2024 que incluiu 500 pacientes com insuficiência aórtica sintomática (≥3+) submetidos a TAVR com JenaValve Trilogy. Foi demonstrado um alto êxito do dispositivo com taxas de complicações aceitáveis: 0% de mortalidade periprocedimento e 1,4% em 30 dias; 1,6% de embolização valvar e 0,8% de AVC incapacitante. Em 2 anos a mortalidade foi de 8,1% com melhora na classe funciona (59% em NYHA I) e na qualidade de vida (+19,4 pontos no KCCQ-OS). Além disso, foi observada uma remodelação ventricular esquerda significativa, com redução do índice de massa de VE (152,3 g/m² a 114,3 g/m², p < 0,0001). A regurgitação paravalvar foi mínima em 95,7% dos casos. A taxa de implante de marca-passo foi maior no caso das válvulas de 27 mm (28,9%).
Evolut Low Risk 5-Years (Forrest J, Yakubov S, Deeb G, et al.):
Este estudo comparou TAVR e cirurgia em 1414 pacientes com estenose aórtica severa e baixo risco cirúrgico. Em cinco anos não houve diferenças significativas em termos de mortalidade ou AVC incapacitante (15,5% vs. 16,4%; p = 0,47). O TAVR mostrou melhores parâmetros hemodinâmicos, com menor gradiente valvar (10,7 mmHg vs. 12,8 mmHg) e maior orifício efetivo (2,1 cm² vs. 1,9 cm²), mas com maior necessidade de marca-passo e regurgitação paravalvar leve. Ambos os grupos apresentaram taxas similares de reintervenção (3,3% para TAVR vs. 2,5% para SAVR; p = 0,44), qualidade de vida (escore KCSS: 88,3 vs. 88,5) e complicações. O estudo respalda a durabilidade do TAVR, embora sejam esperados seguimentos de 10 anos para avaliar seu desempenho a longo prazo.
FLAVOUR II (Hu X, Zhang J, Yang S, et al.): Realizado em 22 centros da China entre maio de 2020 e setembro de 2023, este estudo comparou a PCI guiada por AngioFFR (um método baseado em IA que calcula o FFR a partir de uma angiografia de visualização única das artérias coronarianas) vs. IVUS em 1839 pacientes com estenose coronariana significativa. Em 12 meses não foram constatadas diferenças em termos de morte, infarto ou revascularização (6,3% vs. 6,0%; p = 0,022), mas a AngioFFR reduziu o uso de stents em 11,5% e a terapia antiplaquetária em 5,4%. Ambos os grupos apresentaram taxas similares de mortalidade e angina recorrente. O seguimento será mantido por cinco anos para avaliar diferenças a longo prazo.
TRILUMINATE Pivotal 2-Year (Saibal Kar, et al.): Com um total de 572 pacientes (idade média de 78 anos e 60% de participação de mulheres) de cinco países (EUA, Canadá, Alemanha, Itália e Espanha), o estudo demonstrou que a reparação transcateter de borda a borda (TEER) com TriClip em pacientes com insuficiência tricúspide grave reduziu em 28% o risco de hospitalização recorrente por insuficiência cardíaca em dois anos em comparação com a terapia médica como única estratégia. 77,6% dos pacientes tratados com TEER continuavam vivos e sem necessidade de cirurgia, contra 29,3% do grupo controle. Além disso, 84% dos pacientes tratados com TEER tinham insuficiência tricúspide moderada ou menor em comparação com 21% do grupo controle. O seguimento será mantido por cinco anos para avaliar sua eficácia e segurança a longo prazo.
FAME 3 5-Year (Prof William F Fearon, MD): Este estudo incluiu 1500 pacientes na América do Norte, Europa, Ásia e Austrália (a idade média foi de 65 anos e a participação de homens foi de 82%) com doença de três vasos (obstruções de ao menos 50%, sem doença de TCE). O objetivo foi comparar CRM com ATC, e chegou-se a resultados similares em termos de morte, AVC e IAM em cinco anos. Embora os pacientes tratados com ATC apresentassem maior incidência de IAM (8,2% vs. 5,3%) e reintervenção (15,6% vs. 7,8%), não houve diferenças significativas na taxa de mortalidade (7,2% em ambos os grupos). Estes achados sugerem que a ATC pode ser uma opção viável em pacientes selecionados, permitindo uma tomada de decisões mais informada entre médicos e pacientes.
SMART-CHOICE 3 (Choi H, Park H, Lee JY, et al.): Realizado na Coreia do Sul, este estudo comparou a monoterapia com clopidogrel vs. aspirina após a terapia antiplaquetária dual em 5506 pacientes submetidos a ATC. Em 2,3 anos de seguimento o grupo de clopidogrel mostrou uma menor incidência do critério de avaliação composto por morte, infarto ou AVC (4,4% vs. 6,6%), com uma redução do risco absoluto de 2,2% e sem maior risco de sangramento. O benefício foi maior em pacientes sem IAM prévio. Embora com algumas limitações, o estudo sugere que o clopidogrel poderia ser uma melhor opção do que a aspirina na fase de manutenção.
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