Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A presença de deterioro da função renal no “mundo real” é de ao redor de 25% nos pacientes que recebem TAVI.
A evolução dessa doença nos pacientes que recebem implante é bastante conhecida, mas a evidência no TAVI é ainda limitada, especialmente naqueles que requerem diálise.
Neste estudo foram analisados 42.189 pacientes que receberam TAVI entre 2011 e 2014. Dentre eles, 14.252 (33,7%) apresentaram deterioro da função renal (DFR), 1.708 (4%) tinham insuficiência renal terminal (IRT) e os 26.229 restantes (62,1%) não exibiam deterioro da função renal (FRC).
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A maioria dos que apresentavam DFR eram homens idosos, tinham nível socioeconômico mais baixo e mais comorbidades, seguidos pelos pacientes com IRT.
O procedimento foi realizado em 80% dos casos por acesso femoral e em 20% por acesso apical.
A mortalidade hospitalar foi maior nos pacientes com IRT, seguida pelo grupo DFR e FRC (8,3%, 4,5% e 3,7%; p < 0,001, respectivamente). A estadia hospitalar foi maior em DFR/IRT, comparada com os que apresentavam FRC (5-17 dias, 4-10 dias e 4-8 dias; p < 0,001, respectivamente). Tanto a taxa de mortalidade quanto a de estadia hospitalar se mantiveram após o ajuste das variáveis.
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Tanto o sangramento maior quanto a necessidade de marca-passo e de assistência respiratória mecânica foi mais frequente nos grupos com disfunção renal. Além disso, estes pacientes tiveram uma acentuada tendência a maiores complicações respiratórias.
A taxa de AVC foi similar entre os grupos, com exceção de um índice mais elevado no grupo IRT quando associado com fibrilação atrial.
Nos pacientes que apresentavam DFR, os estágios 3,4 e 5 se associaram a mais mortalidade e sangramento maior.
Conclusão
Os pacientes com DFR e com IRT incrementaram a mortalidade hospitalar e os eventos periprocedimento com uma maior estadia no hospital quando comparados com os que têm FRC.
Comentário
Esta é a maior análise realizada até agora sobre o comprometimento da função renal e sua evolução hospitalar.
Os pacientes foram analisados entre 2011 e 2014. Provavelmente os resultados hoje sejam um pouco melhores devido à curva de experiência e ao fato de seguramente se utilizar – em geral – menor quantidade de contraste que a princípio.
Além disso, devemos aprender a determinar com precisão em que estágio estão os pacientes que apresentam DFR, já que disso depende sua evolução hospitalar.
Devemos analisar com mais cuidado os pacientes que apresentam DFR e, talvez, assumir condutas ativas para tentar diminuir as complicações.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Comparative Outcomes of Patients With Advanced Renal Dysfunction Undergoing Trancatheter Aortic Valve replacement in the United States from 2011 to 2014.
Referência: Dyvyanshu Mohananey, et al Circ Cardiovas Interv 2017;10:e005477DOI:10.1161.
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